A equipa de investigadores do Serviço
de Microbiologia do Hospital 12 de Outubro de Madrid conseguiu bloquear a entrada
dos vírus VIH e ébola nas células do sistema imunitário, impedindo que se
espalhem por todo o corpo.
O trabalho, em colaboração com a
Universidade de Oxford e com o Centro Superior de Investigações Científicas em
Sevilha, foi apresentado esta semana pelo investigador do 12 de Outubro Rafael
Delgado.
O vírus VIH, responsável pela SIDA,
infectou dezenas de milhões de pessoas em todo o mundo, e o ébola, embora
centrado nalgumas zonas de África, já afectou milhares de pessoas e é o
patogénico humano "mais virulento" conhecido, com uma alta taxa de
mortalidade.
A investigação, na qual os cientistas
estão trabalhando há dez anos, encontra-se na primeira fase, sendo o passo
seguinte o estudo com pequenos animais.
A criação de um "falso
vírus" do VIH e do ébola a partir de um vírus inofensivo permitiu o avanço
deste estudo, disse Rafael Delgado, explicando que apenas meia dúzia de
laboratórios em todo o mundo têm instalações adequadas para trabalhar com o
ébola, o que torna a investigação muito cara.
Aplicando ao vírus inócuo as
partículas de açúcares que se encontram na camada externa do VIH ou do ébola e
que lhes permite entrar nas células consegue-se enganar estas, fazendo-as crer
que foram contagiadas pelo vírus original, adiantou o cientista, segundo a
agência noticiosa espanhola EFE.
Depois do "falso vírus",
criado através de técnicas de nanotecnologia, entrar na célula, consegue-se
bloquear a entrada do VIH e do ébola nas células do sistema imunitário e
impedir que se espalhem pelo organismo.
Este avanço pode ter aplicações não
só em tratamentos antivirais, como na vacinação ou em quimioterapias, informou
a EFE.
Fonte-ciencia
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