Depois de um projeto fracassado de reestruturação administrativa, a Yahoo confirmou no mês passado os relatos referentes à violação sem precedentes de dados de usuários por hackers. Em 4 de outubro, a empresa mais uma vez se viu envolvida em problemas quando a agência Reuters divulgou a notícia que a Yahoo tinha desenvolvido um software personalizado para pesquisar todos os e-mails recebidos com determinadas palavras-chave, a pedido da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos EUA ou do FBI.
A
Yahoo reagiu à acusação alegando ser uma empresa que cumpre as leis do país.
Mais tarde, declarou que o artigo da Reuters não só era “capcioso”, como também
a pesquisa nas contas dos usuários descrita “não existia nos sistemas da
empresa”. Porém foi uma negativa apenas parcial, que não excluiu a
possibilidade de a Yahoo ter feito algum tipo de rastreamento. Segundo a
Reuters, o diretor de segurança da informação da Yahoo, Alex Stamos, se demitiu
da empresa em 2015 por causa da decisão da CEO, Marissa Mayer, de obedecer a
uma ordem de uma agência do governo.
Mesmo
a possibilidade de espionagem em tempo real provoca questionamentos
importantes. O pedido do governo de rastreamento de uma quantidade tão grande
de dados significa o aumento da vigilância. Nesse caso, seria uma medida
contrária aos esforços do Congresso de reprimir esses programas, depois das
revelações em 2013 de Edward Snowden, um ex-agente da NSA, da existência de
espionagem online.
Em
segundo lugar, a suposta pesquisa nos e-mails reforça as preocupações relativas
à maneira como a Yahoo trata os dados de seus usuários. Em setembro, surgiu a
notícia que hackers, talvez por iniciativa do governo, violaram em 2014
detalhes de mais de 500 milhões de contas de usuários, como números de
telefones, datas de nascimento e senhas criptografadas. Algumas pessoas
criticam o fato de Marissa Mayer, apesar de ter conhecimento da violação desde
julho, não ter feito uma declaração pública.
O
terceiro questionamento refere-se ao reflexo desses acontecimentos na compra da
Yahoo pela empresa de telecomunicações Verizon por US$4,8 bilhões, anunciada no
final de julho. Se os executivos da Yahoo houvessem revelado a violação dos
hackers durante as negociações, a Verizon poderia ter desistido da compra ou
ter oferecido um preço inferior. As acusações de espionagem de e-mails, caso
tivessem fundamentos, talvez fossem motivo de negociações posteriores.
Fonte-opiniao
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