Segundo o relatório Índice de
Oportunidades para Garotas, divulgado pela ONG Save the Children, o Brasil é o
pior país da América do Sul em termos de oportunidades para o desenvolvimento
de meninas. Entre as 144 nações avaliadas, o Brasil está na 102ª posição. No
continente americano, o país só fica na frente da Guatemala e de Honduras. O
relatório leva em consideração dados sobre casamento infantil, gravidez na
adolescência, mortalidade materna, representação das mulheres no Parlamento e
conclusão do estudo secundário.
O Brasil que é visto pelo relatório
como um país de renda média superior está ligeiramente melhor que o Haiti, que
está na 105ª posição. O principal problema brasileiro é a falta de
representação parlamentar. No pleito de 2014, por exemplo, só havia 51
deputadas federais entre os 513 parlamentares eleitos.
Para piorar, o Brasil também tem
números elevados de gravidez na adolescência e de casamento infantil. O
casamento infantil é a principal preocupação da ONG. A cada sete segundos, uma
garota com menos de 15 anos se casa no mundo, na maioria das vezes contra a
vontade. Em casos extremos, identificados em países como Afeganistão, Iêmen e
Somália, crianças com menos de 10 anos são forçadas a casar.
Segundo estudo publicado ano passado
pelo Instituto Promundo existem no país 877 mil mulheres, entre 20 e 24 anos,
que se casaram antes dos 15 anos de idade. Desta forma, o país é o quarto do
mundo em números absolutos. No mundo, a Índia apresenta o maior número de
casamentos infantis, até pelo tamanho da população. Lá, 47% das garotas, cerca
de 24,6 milhões, se casam antes dos 18.
Acabar com o casamento infantil até
2030 é um dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, acordados pelas Nações
Unidas. A ONG, por outro lado, teme que se a tendência continuar, o número de
casamentos infantis pode crescer dos atuais 700 milhões no mundo para 950
milhões até 2030 e 1,2 bilhão em 2050.
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