Em todo o mundo, milhões de pessoas jejuam periodicamente por razões religiosas e espirituais. Mas um número crescente passou a ver a prática como fonte de saúde e longevidade também. Nos últimos anos o jejum praticado esporadicamente tem atraído cada vez mais adeptos, além de conquistar aprovação científica.
A prática tem sido endossada em
livros best-sellers e promovida por celebridades como o ator Hugh Jackman
recentemente, mas o jejum tem adeptos há milhares de anos. Hipócrates e Platão
foram alguns dos primeiros defensores da prática.
Mark Mattson, neurocientista do
Instituto Nacional para o Envelhecimento, em Maryland, afirma que os seres
humanos se adaptam à falta de alimentos: durante a maior parte da história
humana, o acesso esporádico à comida era a norma, especialmente para os caçadores-coletores.
Como resultado, o fígado e os músculos humanos são capazes de armazenar
carboidratos rapidamente acessíveis na forma de glicogênio, e o nosso tecido
adiposo mantém reservas de energia que podem sustentar o corpo por semanas na
falta de comida.
“De uma perspectiva evolutiva, é
bastante evidente que os nossos antepassados não comiam três refeições por dia mais lanches”, disse
Mattson.
Valter Longo, o diretor do Instituto
de Longevidade da Universidade do Sul da Califórnia, inicialmente estudou os
efeitos do jejum em camundongos. Seu estudo mostrou que dois a cinco dias de
jejum a cada mês reduz biomarcadores
para diabetes, câncer e doenças cardíacas nos tatos. A pesquisa desde então
incluiu pessoas, e os cientistas observaram uma redução semelhante em diversos
fatores de risco associados a doenças.
Longo diz que os benefícios à saúde
poderiam estar associados ao fato de que o jejum reduz a insulina e outro
hormônio chamado IGF-1, que estão ligados ao câncer e à diabetes. A teoria é
que reduzir os níveis desses hormônios pode desacelerar o crescimento celular,
o que ajudaria a retardar o processo de envelhecimento e o desenvolvimento de
fatores de risco para algumas doenças.
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