sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Lei antiterrorismo é aprovada pelo Senado

O plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira, 28, por 34 votos a favor e 18 contra, o projeto de lei que tipifica o crime de terrorismo no Brasil.
A sessão durou mais de quatro horas. A principal divergência dos senadores foi a respeito da criminalização dos movimentos sociais. A proposta, que prevê pena de 16 a 24 anos de prisão em regime fechado para quem for enquadrado no crime de terrorismo, terá que ser novamente analisada pela Câmara por ter sido alterada no Senado.
O projeto aprovado define como crime de terrorismo atos que atentem contra pessoa, “mediante violência ou grave ameaça, motivado por extremismo político, intolerância religiosa ou preconceito racial, étnico, de gênero ou xenófobo, com objetivo de provocar pânico generalizado”. Ainda de acordo com o texto, é considerado extremismo político o ato que atentar gravemente contra a estabilidade do Estado democrático, com o fim de subverter o funcionamento das instituições.
Na discussão da lei antiterrorismo na Câmara, os deputados incluíram no texto um parágrafo explicitando que a lei não se aplicaria “à conduta individual ou coletiva de manifestações políticas, movimentos sociais, sindicais, religiosos, de classe ou categoria profissional”.
O parágrafo, no entanto, foi retirado da proposta pelo relator, senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), sob o argumento de que a medida determinava exceções amplas que poderiam acabar por inviabilizar a punição de crimes de terrorismo de fato.
Ainda de acordo com o relator, para ser considerado um terrorista, o indivíduo passará por uma definição rigorosa sobre o seu ato, e “se depois de passar por todas essas instâncias, a pessoa for considerada terrorista, é porque terrorista será […] Manifestações políticas, manifestações pacíficas, movimentos reivindicatórios não podem ser considerados terrorismo. Mesmo ações excessivas como depredar ônibus. Isso é dano. É atentado ao patrimônio, mas não é crime de terrorismo”.
Partidos como PT, PSB, PC do B e Rede argumentaram, entretanto, que o projeto abre brechas para a criminalização dos movimentos sociais.
A proposta aprovada também equipara a ato terrorista provocar explosão, incêndio, inundação, desabamento, desmoronamento ou usar gás tóxico, veneno, agente químico, biológico, radiológico ou nuclear em prédio ou local de aglomeração ou circulação de pessoas. O projeto prevê ainda que todas as punições são inafiançáveis. A Justiça Federal será responsável pelo julgamento dos crimes de terrorismo.
Fonte-opiniao


quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Enem: A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira

O tema da redação do Enem 2015 é "A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira". Ele foi divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) minutos após o fechamento dos portões do segundo e último dia de provas, na tarde deste último domingo (25/10).
Especialistas afirmaram que o tema é pertinente e atual, e disseram que, ao contrário de algumas edições anteriores, neste ano só há um tipo de posicionamento em relação ao tema: contrário à violência.
O ano em que o Enem propôs movimento migratório, ele dividiu os candidatos. Alguns foram mais a favor, outros acharam que ia ter falta de emprego no Brasil. No ano passado, com o tema da publicidade infantil, os candidatos também ficaram um pouco divididos. Por um lado, a publicidade ajuda a aquecer a economia, estimula o consumo, gera empregos. E tem o outro lado, o do estímulo ao consumo desenfreado, de não contribuir para a formação de cidadãos conscientes.
Agora, defender a violência de qualquer pessoa é se colocar na contramão dos direitos humanos, e do próprio edital do Enem. Qualquer proposta que venha a fazer tem que contemplar os direitos humanos. Qualquer violência física, verbal ou psicológica é indefensável.


domingo, 25 de outubro de 2015

Russos criam aparelho capaz de enxergar através de paredes




A visão de raio-X do Super-Homem sempre foi o sonho de milhares de pessoas, independente da sua idade. Ciente do impacto de um poder como estes cientistas russos conseguiram recriá-lo através de um dispositivo.
A novidade foi apresentada no XI Salão Internacional de Invenções Nova Era, em Sebastopol, na Rússia.  Segundo seus criadores, a engenhoca poderá substituir os sensores de movimento atuais, melhorando assim os sistemas de alarme e de segurança.
O dispositivo pode ser instalado em aviões não tripulados e agir como um útil programa de monitoramento remoto. A nova tecnologia foi criada a partir de estudos sobre o efeito Doppler, um fenômeno físico observado nas variações de frequência produzidas em onda pelo movimento de objetos.
Diretor da empresa responsável pela invenção, Vladimir Starostin acredita que o aparelho é capaz de ver através de paredes. “A tecnologia permite escanear o movimento das pessoas, dos animais e dos materiais de até 50 metros, dependendo do tamanho e espessura dos muros e barreiras”, disse.
Atualmente o aparelho consiste em dois computadores e um scanner. Entretanto, seus criadores acreditam que em poucos anos a inovação está avançada o bastante para ter o formato de um tablet, facilitando seu uso, principalmente por forças militares. 

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

STF decide que registro de compra de carro em cartório não é obrigatório

          O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quarta-feira (21) que o registro de alienação fiduciária de veículos em cartório não é obrigatório. Com a decisão, fica mantida a regra do Código Civil que obriga a anotação de alienação do veículo somente no certificado de registro do carro.
O registro de alienação é feito pelo Departamento de Trânsito (Detran) e serve para demonstrar que o carro está em nome do motorista, mas é propriedade do banco até o pagamento de todas as parcelas do contrato de financiamento.
A questão foi decidida em um recurso no qual a Associação Nacional das Instituições de Crédito questionou decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A corte decidiu pela continuidade do registro em cartório, que era comum até a década de 1990, mas deixou de ser obrigatório com o Código Civil em 2002.
A maioria dos ministros acompanhou voto do ministro Marco Aurélio. Para o magistrado, a cobrança do registro duplo não é razoável. "A exigência de registro em serventia extrajudicial acarreta ônus e custos desnecessários ao consumidor, além de não conferir ao ato a publicidade adequada. Para o leigo: é mais fácil, intuitivo e célere verificar a existência de gravame no próprio certificado do veículo, em vez de peregrinar por diferentes cartórios”, argumentou o ministro.



Nano: como será o homem daqui a 1000 anos?

Criogenia, robôs ansiosos para criar suas próprias fazendas de humanos, confecção de órgãos por impressoras 3D e veículos autônomos já são realidade. O futuro, invariavelmente, tem seu lugar reservado, e os avanços da tecnologia podem fazer o que hoje é considerado ficção logo se tornar cotidiano.
Diante disso, como os seres humanos vão se parecer daqui a mil anos? Segundo especula o ASAP Science, pessoas com nanorrobôs implantados sob a pele, mecanismos naturais de defesa contra radiação e até mesmo mutações que atribuem habilidades especiais a certos membros do corpo poderão ser marcas comuns de quem viver no próximo milênio.
As projeções feitas pelo canal que recebe apoio também do National Geographic são ousadas, é verdade. No entanto, as últimas centenas de anos de evolução transformaram a humanidade em “milagres da genética”: passamos a ser tolerantes à lactose nos últimos 10 mil anos; em um século e meio, nossa média de altura aumentou em 10 cm e, hoje, vivemos também 20 anos a mais que há 65 anos.
Ainda são nebulosas as teorias que tentam encontrar respostas acerca do impacto das novas tecnologias sobre o corpo humano. De todo modo, e tendo em vista fenômenos que começam a ser encubados nos dias atuais, não é demasiado arriscado apostar, por exemplo, na “digitalização do cérebro humano”.
Conforme sugere o ASAP, é provável que o escaneamento de “átomo por átomo” da nossa massa cinzenta seja feito e que, então, passemos a não mais precisar de oxigênio ou alimento para sobreviver. Neste cenário, a consciência humana seria não mais que um tipo de software (e que poderia, quiçá, até mesmo receber melhorias através de updates).

Seria possível também interagir com máquinas dotadas de inteligência artificial, nas próximas décadas, computadores capazes de alcançar o desempenho do cérebro humano podem ser criados; as máquinas passariam, então, a fazer 10^15 x 10 10 cálculos por segundo, o que as faria “interagir, falar e ‘pensar’” de modo semelhante a como fazem os humanos.
A fusão entre nanotecnologia, biotecnologia e neurotecnologia é outra das esperanças para os próximos mil anos.  Nanorrobôs fundidos ao corpo poderiam desde combater vírus até otimizar algumas de nossas habilidades (músculos mais fortes, Ouvidos e olhos à la Superman). Se aplicada, essa tecnologia colocaria fim às limitações biológicas das pessoas e as transformaria, quem sabe, em “seres imortais”.

Estruturas constituídas por pequenos robôs e capazes, assim, de assumir formas diferentes são outro dos vislumbres para daqui a um milênio. Sob o nome de “Utility Fog” (ou “Névoa Útil”, em tradução livre), o conceito dessa nanotecnologia funciona de modo semelhante às malévolas aplicações feitas pelo vilão do filme “Big Hero 6”: seria possível comprar uma remessa de robôs minúsculos e fazer com que eles tomassem forma de casas ou veículos em questão de instantes.
A ideia de “seleção artificial” como uma evolução ou leitura alternativa da teoria de Charles Darwin entra, naturalmente, no bojo dessas auspiciosas projeções. Recém-nascidos com genes modificados poderiam inaugurar uma nova era na história da humanidade.
Se a existência de mutantes parece improvável, vale mencionar que pessoas dotadas de “superpoderes” volta e meia são documentadas mundo afora: há, por exemplo, o caso de um “homem-avestruz” capaz de comer de vidro e metal a material radioativo; pessoas que enxergam mais espectros e que veem mais cores que as demais também ganham os holofotes da mídia de tempo em tempo.
Mas como vamos lidar com o aquecimento global? Se uma solução mágica não der conta de tapar o buraco que compromete a camada de ozônio, nossos corpos é que terão de se proteger contra os altos níveis de radiação por conta própria. Ainda como informa o ASAP, pesquisadores afirmam que a pele dos seres humanos poderá evoluir e ficar mais escura, o que geraria mais resistência à incidência dos raios-ultravioleta.
Parece também que vamos crescer mais: corpos mais finos e altos teriam a capacidade de dissipar melhor o calor excessivo, que, em função da incidência de níveis cada vez altos de radiação, deve condenar até a mais colossal das geleiras.
O futuro parece um conto de fantasia. Mas, assim como toda boa parábola, o vilão também existe. Para Stephen Hawking, uma das mentes mais pródigas da atualidade, a solução contra a extinção é a migração da humanidade para o espaço.
Mais cedo ou mais tarde, a colisão de um asteroide ou uma guerra nuclear pode nos dizimar. Porém, se nos espalharmos pelo espaço e criarmos colônias independentes, nosso futuro vai estar seguro, diz Hawking.
Teóricos que se preocupam com o próximo milênio atentam também para o surgimento de algum tipo de doença, que poderia significar o apocalipse.
         Debates acerca do desenvolvimento atual das tecnologias, bem como discussões sobre o futuro da Ciência, serão realizados a partir do dia 1º de novembro através do Break Through, uma série online de seis episódios produzidos pelo Graphic Geographic.



quinta-feira, 22 de outubro de 2015

PEC 395: cobrança em pós-graduações de universidades públicas

     A Câmara dos Deputados Federais aprovou em primeiro turno o Projeto de Emenda Constitucional 395/14 que permite que universidades públicas possam cobrar pelo ensino oferecido em pós-graduações.
A medida, aprovada com 318 votos a favor, 129 contra e 4 abstenções, possibilita que cursos de extensão, aperfeiçoamento, especialização e mestrado profissional sejam pagos em instituições públicas. Os cursos de mestrado acadêmico e doutorado, no entanto, permaneceriam públicos. A PEC ainda pode ser revista.
O deputado Alex Canziani (PTB-PR), afirma que a motivação para propor a alteração é a de que, embora algumas universidades públicas cobrem por cursos de pós-graduação, muitos alunos entram na Justiça, afirmando que não é permitido. “Se não aprovarmos essa matéria as universidades vão deixar de ofertar esses cursos que são importantes, com medo das decisões da Justiça”, disse o deputado.
Uma votação em segundo turno foi requerida, mas antes, os deputados devem votar uma proposta do PCdoB que pede a suspensão da cobrança dos mestrados profissionais. Antes da votação, a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) sugeriu que o assunto fosse debatido novamente pela Comissão de Educação, antes da votação em plenário.
A medida ainda não é consenso dentro da comunidade acadêmica e a discussão no plenário foi dividida até mesmo dentro dos próprios partidos. Deputados do PT tiveram posições diferentes sobre o assunto. A deputada Alice afirmou que a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) não tem posição firmada sobre o tema e a Associação Nacional de Pós-graduandos (ANPG) é contrária à cobrança.
O assunto já vinha sendo discutido em junho de 2014, quando a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) sugeriu que universidades públicas no Brasil adotassem mensalidades para estudantes que dispõem de recursos, mantendo a isenção para os que apresentem limitação financeira.  A medida era vista como uma forma de reduzir disparidades sociais na educação superior.
O texto da PEC afirma que para ser possível a entrada de empresas em parceria com universidades na pós-graduação, é necessário “esclarecer a questão no próprio texto constitucional” para que se possa cobrar pelos cursos de pós-graduação. Após aprovado, o projeto será votado no Senado.


segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Novo Golpe aplicado através do WhatsApp

       Aproveitando a popularidade do aplicativo de mensagem WhatsApp, um novo golpe está roubando os dados pessoais dos usuários.  
Há algum tempo, um golpe que simulava mensagem de voz circulou no WhatsApp e conseguiu obter informações bancárias de vários usuários brasileiros. Dessa vez, a empresa de segurança ESET revelou que mais uma vez estão aplicando um golpe entre os brasileiros, com a pretensão de roubar dados pessoais das pessoas.
A façanha consiste em informar que o consumidor ganhou um cupom de R$ 500 no McDonalds, caso eles aceitem participar de uma pesquisa. Porém, é necessário entrar em um link e responder algumas questões.
Dessa forma, os criminosos roubam as informações dos usuários, e ainda conseguem compartilhar o golpe, já que é necessário compartilhar com dez contatos no aplicativo para receber o falso cupom. Sofisticados, os cibercriminosos utilizam ainda o sistema de geolocalização dos usuários para informar a loja mais próxima em que o consumidor poderá utilizar o cupom.

Foto de Billy the Kid Vale US$ 5 Milhões



A fotografia ao lado está avaliada em US$ 5 milhões.
A foto tirada em 1878 foi comprada por um colecionador por US$ 2 em uma loja de antiguidades em Fresno na Califórnia.










A foto foi submetida a perícia e comprovada a sua autenticidade.
O que torna a foto tão valiosa é a presença do lendário criminoso Billy the Kid.
Na foto Billy the Kid aparece jogando críquete ao lado de seus companheiros no Novo México (EUA).




Billy the Kid nasceu em 23 de novembro de 1859 e morreu com apenas 21 anos, em 14 de julho de 1881. Seu nome verdadeiro era Henry McCary.
Segundo a lenda, ele matou 21 homens, ou seja, 1 para cada ano vivido.










Existem apenas 2 fotos reconhecidas como autênticas de Billy the Kid.
A outra fotografia (ao lado) onde aparece sozinho segurando uma arma, foi vendida em 2010 por US$ 2,3 milhões.

Aluno com isenção que faltar Enem 2015 vai perder benefício

          Portaria do Ministério da Educação publicada, nesta sexta-feira, 16, no Diário Oficial da União determina que candidatos isentos da taxa de inscrição no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que não comparecerem nos dois dias de provas, sem justificar a ausência, perderão o benefício para a próxima edição.
A portaria desta sexta-feira muda formalmente uma regra publicada anteriormente, que dizia que apenas os estudantes isentos que terminam o ensino médio em 2015 seriam penalizados caso faltassem o exame. Agora, a punição se estende a todos os isentos. A medida não é novidade, porque já havia sido informada em maio deste ano.
Pelas regras do Enem, são isentos da taxa de inscrição de R$ 63 os candidatos de baixa renda e os concluintes do ensino médio na rede pública. As faltas causam desperdício de recursos públicos na impressão e distribuição de provas.
Os faltosos poderão apresentar justificativa, que será analisada pelo Inep. No ano passado, dos 8,7 milhões de estudantes inscritos isentos e pagantes, 2,5 milhões faltaram, um percentual de 28,6%.
As provas do Enem serão aplicadas nos dias 24 e 25 de outubro. Mais de 7,7 milhões de pessoas estão inscritas.
Para ajudar os candidatos a se preparar para o Enem, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) preparou o aplicativo Questões Enem, que reúne todas as questões desde a edição de 2009. No sistema, é possível escolher as áreas do conhecimento que se quer estudar. O acesso é gratuito.
Fonte-uol

Portugueses protestam contra o novo acordo ortográfico

       No intuito de aproximar as diferentes variantes da língua portuguesa, o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa foi assinado em 1990 e ratificado em 2008.
Previsto para entrar em vigor em 2009, ele foi adiado para 2016. Ou seja, a partir do ano que vem, todos os países de língua portuguesa deverão obedecer às normas nele estabelecidas.
No entanto, tal ideia não está sendo bem recebida em Portugal, onde milhares veem o acordo como uma imposição do Brasil. Isso porque uma de suas determinações estabelece o fim das consoantes mudas em palavras, como “acto” e “óptimo”, que passarão a serem escritas nas versões brasileiras “ato e “ótimo”.
Para muitos portugueses, a mudança fere uma das características que compõem o orgulho nacional. Além disso, há a queixa de que o acordo foi discutido apenas na esfera política, sem consultar a população.
É o que explicou em entrevista à BBC a professora de filosofia e escritora portuguesa Maria de Menezes.  “Os nossos governantes impuseram-nos um modelo que nada tem a ver conosco. E não é porque o Brasil fala assim que vão nos obrigar a fazê-lo. A língua evoluiu naturalmente no Brasil para essas alterações. Aqui em Portugal, não. Portanto, a imposição não tem fundamento.”
A mesma opinião é compartilhada pelo jurista Ivo Miguel Barroso, criador da página do Facebook “Cidadãos Contra o Acordo Ortográfico de 1990”, que reúne 30 mil pessoas. “A população não foi ouvida quando o acordo foi firmado ou implantado, e temos certeza de que a maioria de nós, portugueses, é contrária a ele. Temos o direito de debater abertamente sobre um assunto tão importante, que tem influência direta no nosso país.”
A revolta resultou em uma campanha contra o acordo, liderada, principalmente pelo jornal Público, artistas, acadêmicos e políticos que saem às ruas em busca de assinaturas para aprovar um referendo popular que discuta o acordo.

Para ‘acordistas’ rejeição reflete complexo de inferioridade

Para Rui Tavares, escritor e ex-eurodeputado por Portugal, a forte rejeição ao acordo é parte de uma crise de autoestima portuguesa. “A visão extremada sobre o acordo é uma mera projeção dos portugueses em relação a suas próprias fraquezas. O país atravessa um momento de crise e isso acaba por fazer com que muita gente interprete qualquer coisa como um sinal de vulnerabilidade. Para mim, é um mistério o fato de algumas pessoas considerarem o acordo algo até humilhante. Isso revela uma visão complexada.”
Outro defensor do acordo, o professor catedrático Carlos Reis, diz que a dificuldade em aceitar as novas regras reflete a relutância de uma parcela do país em aceitar que Portugal deixou de ser “proprietário” do idioma para se tornar mais um “condômino” entre outros sete países.
“Convém não confundir a agressividade de algumas pessoas, e de um determinado jornal, em particular, que é das poucas exceções à regra, com a realidade das coisas. Outras exceções acontecem por ignorância e falta de preparação, não por vontade de contrariar o Acordo Ortográfico.”

O acordo e a mídia portuguesa

Um dos principais argumentos a favor do acordo é a ideia de que ele e abrirá as portas de outros países aos veículos de comunicação de Portugal, país que tem uma população de pouco mais de 10 milhões.
Segundo Miguel Gil, membro do conselho de administração do grupo Media Capital, um dos mais importantes de Portugal, o acordo permitirá a expansão das empresas de comunicação do país, principalmente para o território brasileiro. Tal interesse é corroborado pelos números: em 2013, o Brasil tinha 90 milhões de pessoas com acesso à internet, enquanto Portugal tinha apenas 5,7milhões. Em 2014, a publicidade na mídia gerou para o Brasil uma renda de R$ 121 bilhões, enquanto em Portugal o total foi de R$ 1,64 bilhão.
“A existência de um espaço comum para a língua portuguesa é absolutamente chave para a otimização das oportunidades e o aproveitamento cultural, social e econômico possibilitados por uma língua moderna, culta, viva e falada por quase 300 milhões de pessoas, das quais mais de 200 milhões estão no Brasil.”
No entanto, para o fundador do jornal Público, Nuno Pacheco, o argumento não passa de uma ilusão. Ele diz que o acordo não abrirá as portas do mercado brasileiro às empresas de comunicação portuguesas. “Esta é uma ilusão que foi criada para justificar as mudanças. O português do Brasil e o de Portugal seguiram caminhos distintos, tanto no vocabulário quanto na construção verbal, e o acordo não muda isso.”
Segundo Pacheco, a maior parte dos funcionários da mídia portuguesa é contra o acordo, mas obedece às novas regras porque “são profissionais e acabam aceitando o acordo, por lhes ser imposto por seus empregadores”. “A verdade é que, entre jornalistas e escritores portugueses, praticamente ninguém é a favor desse acordo.”

Fonte-opiniao

sábado, 17 de outubro de 2015

Horário de verão começa domingo

À zero hora deste domingo 18/10/2015, os relógios deverão ser adiantados em 1 hora em 10 Estados brasileiros, além do Distrito Federal, por causa do horário de verão.
A estratégia foi adotada pela primeira vez no mundo durante a Primeira Guerra Mundial. Desde então, diversos estudos têm avaliado o impacto da mudança do horário na vida das pessoas. O efeito não se resume apenas ao mau humor por ter de acordar uma hora mais cedo.
Segundo as pesquisas, o horário de verão pode afetar o tempo de prática de atividades físicas, no número de acidentes de carro e até no período em que funcionários passam navegando na internet de forma improdutiva durante o expediente.



quarta-feira, 14 de outubro de 2015

EUA: o "boom da lagosta"


       "A lagosta costumava ser uma iguaria cara, consumida por gente rica em  restaurantes refinados. Mas algo curioso está acontecendo no mercado desse crustáceo nos Estados.
Uma bonança na produção de lagosta americana está derrubando os preços e massificando o consumo de tal maneira que até o Mc Donald’s já começou a oferecer sanduíches feitos com o crustáceo.
Mas a popularização da lagosta também preocupa alguns especialistas, que apontam que o boom de produção só foi possível graças às mudanças climáticas que provocaram o aquecimento dos mares próximos à costa leste americana.
Cerca de 85% da lagosta consumida nos Estados Unidos vem de Maine, Estado na divisa com o Canadá que aumentou sua produção de maneira dramática nos últimos anos.
Trata-se de um dos Estados menos povoados dos EUA, com uma economia baseada em grande medida na pesca artesanal.
Os pescadores da região capturam as lagostas com pequenas armadilhas distribuídas em mar aberto, técnica muito parecida a utilizada por seus bisavós.
Não há cultivos comerciais do animal, nem "granjas marinhas" como no caso da produção de camarão ou salmão.
Também não há grandes navios fazendo pesca com redes - sistema que dizimou os cardumes de bacalhau.

Pesca sustentável
"A lagosta do Maine é um dos recursos marinhos mais sustentáveis que existem", disse à BBC Robert Steneck, pesquisador da Universidade de Maine.

Nos últimos anos, porém, algo mudou nas águas frias da região.
No ano passado, foram capturadas 56 toneladas de lagosta, seis vezes mais que em 1986. E, com isso, os preços caíram para algo entre US$ 3 e US$ 4 por libra (450 gramas) nos últimos dois anos.
"Desde 1985 os recordes de pesca foram quebrados quase todos os anos", diz Steneck.
"Estamos em meio a uma assombrosa bonança da lagosta", diz Andrew Pershing, pesquisador-chefe do Instituto de Pesquisas do Golfo do Maine.
Parte da explicação para essa bonança na produção de lagosta parece estar no manejo responsável que os pescadores de Maine fazem dos recursos marinhos.
Mas essa não é toda a história.
Segundo Steneck, o aumento da temperatura nos mares da região também teria criado condições "ideais" para a propagação da espécie.
Outro fator apontado por cientistas para o aumento do número de lagostas na costa do Maine é a degradação ambiental do Atlântico Norte, que teria reduzido drasticamente as populações de quase todas as espécies "inimigas" do crustáceo, começando pelo bacalhau.
O peixe teria sido "virtualmente aniquilado" (da região), segundo Steneck.


E o futuro?

O problema é que ninguém pode adivinhar como o ecossistema da região vai continuar reagindo a essas mudanças. E alguns temem que o "boom da lagosta" tenha um fim - o que teria um impacto significativo nas atividades pesqueiras locais.

"Há alguns sinais preocupantes", diz Steneck. "As condições ideais para a procriação de lagosta estão se movendo mais para o norte."
O aquecimento global e o aumento da temperatura do mar, afinal, são fenômenos que estão apenas começando.
Pershing também vê sinais de alerta.
Ele diz que colegas têm detectado nos últimos anos uma diminuição no número de filhotes de lagosta na região, o que poderia levar a um declínio da produção em 5 ou 10 anos.
"Mas nada catastrófico" no momento, diz ele.
"O que acontecerá no longo prazo com esse recurso pesqueiro hoje ainda é tema de pesquisa", Pershing.
Enquanto isso, os americanos fãs de lagosta têm motivo para comemorar.
"O Maine está produzindo a lagosta mais barata do mundo", diz Steneck.
Ele estima que as exportações do crustáceo para países como a China podem aumentar, mas não o suficiente para acabar com a bonança incomum  que levou a lagosta dos pratos dos restaurantes mais elegantes de Nova York ou Washington para o McDonald's.
Resta saber se a lagosta retornará ao status de "comida de pobre" que tinha nos Estados Unidos até meados do século 20. Era um alimento dado a prisioneiros - que reclamavam de serem forçados a comer lagosta. Em séculos “anteriores, ela era usada como fertilizante e isca de pesca.”