Em
2013, um estudo feito com base nos dados coletados pelo robô Curiosity enquanto
ele viajava para Marte revelou que os astronautas sofrerão o impacto dos raios
cósmicos e das partículas solares, com risco de desenvolvimento de câncer.
Agora,
um estudo feito por pesquisadores da Universidade da Califórnia sugere que a
longa exposição aos raios cósmicos pode causar danos significativos ao sistema
nervoso central, resultando em sequelas semelhantes às sofridas por pessoas com
demência.
Raios
cósmicos são partículas de alta energia originadas do espaço e que viajam quase
à velocidade da luz.
Calcula-se
que uma viagem a Marte, distante cerca de 226 milhões de quilômetros da Terra,
duraria pelo menos nove meses.
A má
notícia é que os danos cerebrais aos astronautas poderiam ocorrer já durante a
viagem.
"Déficits
de memória e a diminuição de atividades cerebrais, por exemplo, poderão afetar
partes críticas da missão. E a exposição às partículas poderá provocar
problemas cognitivos para o resto da vida", afirma Charles Limoli,
coordenador do estudo.
A
equipe de Limoli fez testes com ratos, submetendo-os a sessões de irradiação
num laboratório da NASA especializado em estudos com raios cósmicos.
A
exposição a determinadas partículas resultou em inflamações no cérebro que
dificultaram a transmissão de sinais pelos neurônios. Tomografias
computadorizadas mostraram que a rede de comunicação cerebral foi prejudicada
por danos a células nervosas chamadas dendritos - alterações que contribuíram
para a redução de desempenho dos ratos em atividades ligadas ao conhecimento e
à memória.
Tipos
semelhantes de disfunções cognitivas são comuns em pacientes com câncer de
cérebro que receberam tratamentos à base de radiação de prótons.
Segundo
Limoli, embora os astronautas trabalhando na Estação Espacial Internacional por
longos períodos também sejam atingidos por raios cósmicos, a intensidade do
"bombardeio" é menor e eles ainda contam com um pouco de proteção da
magnetosfera terrestre.
As
soluções aventadas pela equipe incluem o desenvolvimento de escudos de proteção
contra radiação mais eficientes e o desenvolvimento de novas drogas que possam
funcionar como tratamentos preventivos para os astronautas.
Fonte-it
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