Os
emaranhados de fios em postes públicos e as diversas obras de escavação para
instalação de cabos convencionais de fibra óptica nas vias públicas podem estar
com os dias contados.
O
CPqD (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações) e a empresa
Prysmian assinaram um acordo para desenvolver microcabos ópticos visando
facilitar a implantação das redes de telecomunicações e atender à crescente
demanda.
Os
microcabos terão o núcleo compactado, acomodando a mesma fibra óptica dos cabos
atualmente disponíveis no mercado.
Um
cabo óptico com 288 fibras, por exemplo, hoje tem aproximadamente 18 milímetros
de diâmetro, enquanto o microcabo, com o mesmo número de fibras, deverá ter
11,5 milímetros no máximo. Essa compactação permitirá o melhor aproveitamento
do espaço e atenderá uma maior quantidade de operadoras de telecomunicações ou
eventuais necessidades de expansão das redes existentes.
Uma
das principais vantagens dos microcabos é a instalação em microdutos, cuja
escavação dispensa a necessidade de obstrução das vias públicas.
"É
um sistema menos invasivo do que a tecnologia convencional, pois a vala
consiste em um corte na pavimentação de aproximadamente 3 cm de largura por 30
cm de profundidade", explica Ricardo Zandonay, do CPqD. "A instalação
é rápida, não deixa resíduos e a recuperação do pavimento é realizada
imediatamente após a acomodação do microduto".
Os
desafios da nova tecnologia estão na instalação dos microcabos nos microdutos.
Como suas dimensões são menores, não é possível usar a técnica convencional de
instalação, na qual o cabo óptico é simplesmente puxado dentro do duto. Porém,
o núcleo altamente compactado e as características mecânicas do microcabo
óptico favorecem seu sopramento dentro do duto - o que é feito com o auxílio de
equipamentos específicos dotados de compressores de ar.
O
CPqD dará apoio ao desenvolvimento do microcabo e validação dos protótipos,
além do desenvolvimento dos procedimentos de ensaios laboratoriais a serem
utilizados na certificação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e
da realização de um teste piloto em campo.
O
CPqD é uma das 13 unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação
Industrial (Embrapii). O valor total do contrato de pesquisa e desenvolvimento
é de R$ 1,5 milhão, os investimentos são divididos entre a Embrapii, CPqD e a
Prysmian.
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