Pagamentos
eletrônicos estão se tornando onipresentes e os economistas estão começando a
se perguntar se notas e moedas deveriam ser abolidas. Kenneth Rogoff, da
Universidade Harvard, acha que sim. O fim da moeda física argumenta ele,
ajudaria os governos a recolher mais impostos, combater o crime e desenvolver
melhor a política monetária.
A
princípio o plano de Rogoff parece modesto. Notas e moedas representam apenas
uma pequena parte do dinheiro em circulação: apenas 3% na Grã-Bretanha, por exemplo
(Nos Estados Unidos, a proporção é de 10%, em parte porque os estrangeiros
carregam um monte de notas de dólar). O resto são simplesmente registros de
saldos em contas, seja em bancos comuns (no caso de empresas e pessoas físicas)
ou em bancos centrais (no caso dos bancos). Esse dinheiro tende a ser
movimentado por transferências eletrônicas e nunca toma forma física.
O
dinheiro de papel gera uma série de problemas. A falsificação é apenas uma: em
2013, o Banco da Inglaterra tirou de circulação 680 mil notas falsas, que
somavam US$ 19 milhões. Dinheiro de papel serve para outros tipos de crimes também,
uma vez que as notas mantêm transações anônimas. É impossível identificar o
dinheiro que foi usado para comprar um quilo de cocaína. Nos países da OCDE, um
clube de países ricos, a “economia subterrânea” de atividades ilícitas, seja
tráfico de drogas ou rendimentos não declarados, representa cerca de um quinto
do PIB. Rogoff estima que na maioria dos países, o desejo de esconder algo das
autoridades representa mais de metade das transações em dinheiro.
Abolir
as notas eliminaria a falsificação de um só golpe e facilitaria o rastreamento
de pagamentos ilícitos. A redução da criminalidade que se seguiria seria um benefício
enorme, tanto social como economicamente. A redução apenas da sonegação de
impostos traria grandes benefícios fiscais. Uma pesquisa da Universidade Tufts
estima que o governo americano poderia recolher mais US$ 100 bilhões por ano se
os Estados Unidos abolissem o dinheiro de papel.
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