segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Falta de ácido fólico pode debilitar embriões

Os médicos recomendam que as mulheres que estão grávidas, ou pretendem ficar, comam muitos vegetais folhosos verdes. Estes são fonte de vitamina B9 – também conhecido como ácido fólico – uma substância que contribui para o desenvolvimento de embriões ao encorajar a formação do tubo neural, o precursor do cérebro e da medula espinhal. O ácido fólico, no entanto, nunca foi recomendado para homens que desejam se tornar pais devido, naturalmente, ao fato de que, além do esperma, o pai não contribui em nada para a substância física de um embrião.
Caso os resultados da pesquisa com ratos, feita por Sarah Kimmins e sua equipe da universidade McGill, em Montreal, possam ser aplicados também para pessoas, isso pode estar prestes a mudar. Uma vez que, como afirma o estudo publicado no periódico Nature Communications, algo estranho foi descoberto: a deficiência de ácido fólico em pais pode, também, pelo menos em roedores, ser tão debilitante para os embriões como a deficiência em mães. Uma ausência de ácido fólico quando da formação do esperma causa alterações nele que afetam o rato que cresce a partir do embrião fertilizado por esse esperma. Em particular, a dra. Kimmins verificou deformidades muito graves da cabeça, coluna e membros.
Esse dano parece ser causado por modificações epigenéticas, assunto de um campo de pesquisa que vem se expandindo rapidamente. Tais modificações envolvem um processo conhecido como metilação, o qual altera o comportamento dos genes de modo que tal alteração possa ser passada de geração em geração. O papel do ácido fólico é regular a metilação. A dra. Kimmin ainda não sabe como a epigenética pode causar os defeitos verificados no estudo. Mas quando ela e sua equipe analisaram as mudanças dos padrões de metilação dos genes no esperma de ratos com deficiência de ácido fólico, eles constataram coisas que podem causar outros fenômenos, os quais não são evidentes quando do nascimento. Esses incluem câncer, diabetes, e até mesmo autismo e esquizofrenia.



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