Um estudo de cientistas japoneses
promete acabar com o jet lag, aquelas enjoadas alterações físicas e
psicológicas causadas pela mudança de fuso horário após longas viagens.
Uma equipe da Universidade de Kyoto
descobriu uma espécie de gatilho capaz de religar o relógio biológico dentro do
cérebro. Segundo os pesquisadores, o processo permite que as pessoas se adaptem
a um novo fuso horário em apenas um dia.
No corpo humano há diversos
“relógios” que regulam nossa função biológica, mas existe um “relógio mestre”
que coloca o corpo humano em sintonia com o mundo ao seu redor, facilitando o
sono à noite, por exemplo. Esse relógio usa a luz como referência para manter a
noção de tempo, mas só se ajusta lentamente. Pessoas que já tiveram o sono
interrompido por mudança de turno no trabalho ou viagens de longa distância
conhecem bem os problemas causados por um relógio que não está em sintonia com
a luz do dia.
Na pesquisa, os cientistas
identificaram um grupo de 10 mil células cerebrais do tamanho de um grão de
arroz. Esse grupo seria responsável por “regular” a relação das funções
biológicas com a passagem do tempo. Ao interferir com os receptores do hormônio
vasopressina (uma espécie de “ouvido” das células cerebrais que as permite a comunicação
entre si) os cientistas foram capazes de alterar o grupo de células
responsáveis pelo relógio biológico mais rapidamente. Na pesquisa, ratos que
não tinham receptores de vasopressina conseguiram ajustar seus relógios
biológicos depois de uma diferença de oito horas no período de um dia –
enquanto ratos normais demoraram seis dias.
O estudo foi testado com sucesso em
ratos modificados geneticamente. Depois, resultados semelhantes foram obtidos
com camundongos normais. A pesquisa foi publicada na revista científica
Science.
Apesar do sucesso da pesquisa, os
cientistas recomendaram cautela. Os receptores de vasopressina também estão
pesadamente envolvidos com a função renal. Por isso, qualquer medicamento
precisa ser cuidadosamente desenvolvido para atingir o relógio biológico sem
prejudicar os rins.
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