O epidemiologista veterinário Tony
Goldberg, da Universidade do Wisconsin (EUA), sentiu uma coceira aflitiva em
seu nariz. Ele havia retornado de uma viagem ao Parque Nacional Kibale, em
Uganda, onde havia passado algumas semanas estudando chimpanzés. Goldberg se
deu conta que poderia ter trazido um parasita da selva e, com uma pinça, uma lanterna
e um espelho, confirmou a presença de um carrapato na narina. O veterinário
acredita que possa ter descoberto uma espécie até então desconhecida. As
informações são da revista especializada Science.
O cientista afirma que o animal é um
carrapato adolescente e que, pelo visto, estava em seu nariz havia vários dias.
Ele diz que não é a primeira vez que acha um carrapato do tipo - e certamente
não vai ser a última. Segundo o pesquisador, a experiência "não é
prazerosa, mas também não é tão ruim quando você deve imaginar".
Dessa vez, contudo, a situação foi
diferente, já que o carrapato estava em seu laboratório. "Eu estava em
posição de preservá-lo para uma análise de DNA. Eu tive sorte porque foi o
momento certo."
Tudo o que Goldberg sabe até agora é
que o animal pertence ao gênero Amblyomma. Espécies desse grupo são conhecidas
por transmitir doenças a mamíferos - de vacas a seres humanos. "Sua
sequência genética não bate com nada nos bancos de dados que conhecemos. Então
pode ser uma espécie de carrapato conhecida que não foi caracterizada
geneticamente ainda, ou uma espécie completamente nova", afirma o
pesquisador em artigo no American Journal of Tropical Medicine and Hygiene,
publicado no dia 30 de setembro.
O carrapato de narina é um animal
pouco conhecido da ciência, inclusive quais espécies eles infestam e quais
doenças carregam. Goldberg especula que eles podem ter se adaptado para viver
no nariz de chimpanzés, já que os animais conseguiriam retirá-los de outros
locais do corpo.
A remoção do carrapato ocorreu há um
ano e meio e, nesse período, o cientista não apresentou sintomas de nenhuma
doença.
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