Você
sabia que cientistas e pesquisadores estudam técnicas de ocultamento e
invisibilidade de materiais manipulando as ondas de luz, e que talvez em um
futuro próximo conheçamos produtos que possam desaparecer a olho nu?
O
campo dos metamateriais propõe maneiras de distorcer as propriedades naturais e
físicas de ondas eletromagnéticas, de forma a fazer com elas ultrapassassem um
objeto sem refletir ou refratar a luz, por exemplo.
Para
entender como isso funciona, pense em um tecido formado de fios sendo atingindo
por raios de luz. As ondas que atingem esse material viajam pelos fios, mas não
pelos espaços e as cavidades do tecido. Se você fizer um buraco nesse material
e colocar um objeto nesse espaço, a luz contornaria o orifício e retornaria seu
percurso, ignorando o buraco e o objeto alocado.
Essa
é a ideia por trás do funcionamento dos metamateriais. De produção sintética e
artificial, eles têm propriedades capazes de curvar as ondas eletromagnéticas
de tal maneira que seja possível para a luz, por exemplo, contornar um objeto e
retornar seu percurso atrás dele, sem refletir ou produzir sombras no processo.
Metamateriais
e comprimentos de onda
Para
manipular as ondas eletromagnéticas, o metamaterial usado precisa ser menor que
o comprimento de onda em questão. Como essas ondas em geral já têm dimensões na
ordem dos nanômetros, os cientistas precisam criar metamateriais pequenos o
suficiente para distorcer essas ondas, fazendo com que elas contornem um
objeto.
Por
essa razão, a aplicação de metamateriais depende diretamente do desenvolvimento
da nanotecnologia e da possibilidade de fabricar nanoestruturas com materiais
de ondas mais curtas. Para conduzir ondas na faixa da luz visível, por exemplo,
os metamateriais precisam chegar a estruturas de 50 nanômetros.
As
experiências mais avançadas nesse campo produziram materiais de 100 nm, que
ainda não produz uma invisibilidade completa dos objetos, mas já é capaz de
refratar algumas cores. Isso mostra que não estamos muito distante de ter uma
capa de invisibilidade como a de Harry Potter – e nem é preciso magia para
isto.
Outras
aplicações de metamateriais
Apesar
de a invisibilidade ser a primeira coisa que pensamos no que se trata de
metamateriais, a nanotecnologia serve também para manipular outras ondas
eletromagnéticas, como as de rádio e ultrassom. Diversos setores, como a
militar, de telecomunicações e até a medicina podem ter aplicações diferentes
para os metamateriais, trazendo benefícios variados para as atividades.
Veja
abaixo algumas das possibilidades em estudo para a utilização de metamateriais
e a manipulação de ondas eletromagnéticas:
1. Telecomunicações
Sinais
de telefonia celular e internet wireless poderiam ter melhor alcance e
desempenho, sem perder a frequência por obstrução de objetos. Metamateriais
também podem servir para uma nova rede de fibra óptica de alta velocidade.
2. Medicina
Exames
de ultrassom podem se beneficiar da tecnologia de metamateriais para
transformar essas ondas em sinais ópticos, o que possibilita ver o corpo por
dentro com mais precisão e detalhamento.
3. Computação
Chips
em nanoestruturas podem ter tamanhos reduzidos e ainda ter um aumento de
velocidade no processamento de dados.
4. Produção energética
Estruturas
criadas com metamateriais poderiam contribuir para a captura de raios solares e
a produção de energia solar em painéis menores do que os utilizados atualmente.
5. Câmeras e sistema de
vigilância
Câmeras
que utilizem imagens comprimidas em micro-ondas, sem lentes e sem partes móveis
poderiam substituir os portões de segurança em aeroportos, por exemplo. Câmeras
digitais em geral poderiam se beneficiar de metamateriais para registrar a luz
de maneiras inéditas e jamais vistas.
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