Uma dúvida recorrente em fóruns de informática, sites de buscas, blogs e etc. é sobre a necessidade de ligar o PC num estabilizador de tensão e se o seu uso pode danificar componente (fonte, placa de vídeo e HD) do computador. Nesta coluna, irei explicar a finalidade de uso desse equipamento e em que circunstâncias o seu uso é imprescindível.
O que é um estabilizador?
O estabilizador é um equipamento criado na década de 1940, com a finalidade de minimizar os efeitos das oscilações que ocorrem na rede elétrica, devido à dificuldade que as concessionárias tinham de manter as condições ideais de fornecimento de energia. Naquela época, os computadores pessoais estavam longe de ser realidade, mas outros aparelhos eletrônicos estavam vulneráveis às variações na tensão. Com o objetivo de oferecer proteção aos equipamentos, o estabilizador foi largamente adotado desde aquela época.
Quando os computadores pessoais passaram a equipar as empresas e residências, devido às características técnicas dos seus componentes, os PCs e impressoras estavam mais suscetíveis a danos. O seu funcionamento consiste em disponibilizar uma atenuação quando ocorrer uma sobretensão ou uma subtensão, chegando a um valor apropriado que corresponde à voltagem suportada pela fonte de alimentação do equipamento que estiver conectado. Em variações mais extremas, o estabilizador possui um fusível, que “queima” e com isso evita a passagem da corrente elétrica.
Quando deve ser usado
Existem relatos em fóruns e postagens em blogs de usuários que não recomendam o uso de estabilizador sob a alegação de que não contribuem para proteger os eletrônicos e que, em alguns casos, até danificam os equipamentos. Nesse caso, cada relato deve ser avaliado com cautela, pois fatores externos podem contribuir para aumentar ou não o risco de ter o PC danificado por uma variação na corrente elétrica. As instalações locais podem apresentar instabilidades na corrente, o uso de diversos equipamentos ligados simultaneamente numa estrutura inapropriada, variações no abastecimento são fatores que interferem para aumentar a probabilidade de equipamento ser danificado.
Ou seja, com a diversidade de estabilidade nas instalações elétricas encontradas no Brasil, numa determinada região, bairro, cidade, localidade é possível observar as variações. E, por essa razão, relatos de um usuário em determinada região pode não se aplicar em outros locais. Quem mora numa região em que o abastecimento é mais estável, tem instalações de boa qualidade na residência, tem os aparelhos menos suscetíveis a riscos. Essa pode ser a explicação para os relatos de pessoas que ligam computadores diretamente na tomada durante anos e não têm nenhum dano.
Quanto aos relatos sobre danos sofridos pelo o uso de estabilizadores, é preciso levar em consideração a marca do equipamento, assim como o seu estado em geral. Vale salientar que o estabilizador que não estiver de acordo com as recomendações do Inmetro ou que não estiver em bom estado de conservação poderá oferecer riscos semelhantes ao de conectar o PC diretamente numa rede elétrica não estabilizada.
Estabilizadores não são todos iguais, porém devem estar de acordo com recomendações do Inmetro e que na embalagem conste o selo de conformidade descrito na norma NBR 14373:2006. Essa norma entrou em vigor em 1º de janeiro de 2008, sendo que os estabelecimentos só podem comercializar estabilizadores certificados conforme a nova geração. Essa identificação está impressa na embalagem do produto. Adicionalmente, alguns produtos podem conter também o selo da Abinee – Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica.
O emprego do estabilizador como estratégia de proteção a eletrônicos é uma medida apropriada para minimizar os riscos de danos aos equipamentos. Notebooks possuem uma fonte própria que também serve como dispositivo de proteção. Isso não quer dizer que conectá-la num estabilizador em bom funcionamento causará algum dando. O mesmo vale para outros eletrônicos que possuem fonte de alimentação própria. Os filtros de linha podem ser dispensados se o propósito for proteção, pois os estabilizadores da “nova geração” já possuem filtro de linha embutido.
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