Durante anos, quando pediam a alguém para pensar em um projeto tecnológico revolucionário, a resposta comum era a invenção de carros voadores. Na verdade, a passagem do tempo trouxe inovações jamais imaginadas, como a capacidade de enviar informações no mesmo instante para o outro lado do mundo, de pesquisar qualquer fato com um clique de uma tecla e de trocar de rostos no Snapchat. Enquanto isso, a tecnologia dos aviões, trens e carros manteve a forma tradicional.
Até
agora, talvez. Na semana passada o Uber divulgou um relatório com 97 páginas
intitulado “Fast-Forwarding to a Future of On-Demand Urban Air Transportation”,
no qual propôs a realização de um programa chamado Elevate. Mas as duas
palavras que atraíram a atenção no relatório foram as que vêm à mente ao pensar
no futuro: carros voadores.
Nos
próximos dez anos, o Uber planeja lançar no mercado uma série de carros
voadores elétricos que transformarão uma viagem de duas horas em um percurso de
15 minutos de voo. E alega que sobrevoar o tráfego custará bem menos do que o
transporte de passageiros tradicional em seus carros.
Os
carros voadores elétricos não serão carros no sentido exato da palavra. O Uber
refere-se a eles como VTOLs, um acrônimo para decolagem e pouso. O
funcionamento deles será semelhante ao dos helicópteros e pousarão no
equivalente aos heliportos, que o Uber chama de “vertiports”, com diversas
pistas e estações de carga de bateria, e “vertistops” com uma única pista e
pouca infraestrutura. O Uber afirma que já existem muitos heliportos,
estacionamentos e terrenos vazios, que podem ser usados para decolagem e pouso
dos VTOLs.
Os
maiores desafios ao seu funcionamento serão a navegação aérea e a
regulamentação do setor aéreo. Antes que os VTOLs comecem a voar, é preciso ter
um sistema para evitar colisões entre eles, ou em prédios e aviões. E esse
sistema terá de ser aprovado pelo governo. Esses obstáculos não são pequenos e,
por esse motivo, o cronograma do Uber de produzir os carros voadores em dez
anos é bastante ambicioso.
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