Fiquei surpreso com os jornais reclamarem que no ministério não tem mulheres e que os ministros são homens brancos. Mas no governo está cheio de mulheres e de homens não brancos, magros, gordos, altos e baixos. Qual deveria ser o número de ministros não brancos e de mulheres? Confesso que não sei e nem pensei nisso como um retrocesso.
Acho que, no momento, mais urgente que uma grande discussão sobre o sexo e a cor dos ministros, é saber se os ministros terão a capacidade de desempenhar com sucesso a tarefa de suas pastas em um governo que não pode perder um minuto, pois se inicia com uma agenda enorme de desafios, um período muito curto e com a tarefa hercúlea de corrigir sete anos de erros sucessivos de politica econômica.
Desejo ao novo governo os meus mais sinceros votos de sucesso nessa tarefa difícil. Vou contribuir com eles de alguma forma no que for possível. Os nomes já confirmados no Ministério da Fazenda são espetaculares. Equipe experiente que sabe o que deve ser feito. Não precisarão de apresentação e não será necessário fazer busca no Google. Além disso, muita gente fora do governo querendo colaborar.
A sociedade sabe que dois anos não serão suficientes para o país aprovar uma ampla agenda de reformas. Mas o desafio é começar o processo de reformas estruturais, a correção do desequilíbrios e, logo, a retomada da confiança dos investidores que levará ao crescimento do investimento e do PIB.
Nada é fácil, mas dá para avançar nessa agenda. Se o novo governo não conseguir consenso para cortes fortes da despesa terá que aumentar carga tributária. Mas o ajuste, como falou o Ministro do Planejamento Romero Jucá, começará pelo cortes de despesas antes que se cogite qualquer aumento de impostos.
Uma coisa é certa neste novo governo. As pessoas de baixa renda notarão que, apesar da mudança de governo, os programas sociais continuarão a existir. Assim, o discurso do fim de alguns programas sociais não poderá ser mais usado no debate eleitoral por alguns grupos políticos. As pessoas saberão que é mentira.
Em resumo, além de o novo governo ter a chance de poder começar o ajuste fiscal e as reformas estruturais que o país precisa, temos a chance também de melhorar o debate eleitoral nas próximas eleições.
Boa sorte ao novo governo.
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