Para
conter as demissões em massa que afetam o país, especialmente nos setores
industrial e automobilístico, o governo lançou na última segunda-feira, 6/7/2015, um
plano que permite empresas reduzir em até 30% o salário e a jornada de trabalho
de funcionários em tempos de crise econômica no país.
O
chamado Plano de Proteção ao Emprego (PPE) foi inspirado em um programa similar
que existe na Alemanha e é fruto de três anos de debate entre sindicatos e
representantes do setor industrial.
Apesar
de o plano autorizar empresas a cortar os salários em até 30%, na prática, os
trabalhadores terão o salário reduzido em, no máximo, 15%. Isso porque o
governo complementará os outros 15% da renda do trabalhador com recursos do
Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), que é responsável pelo pagamento do
seguro-desemprego e do abono salarial. Por exemplo, um trabalhador que recebe
um salário de R$ 2.500, passaria a receber R$ 2.125. O salário máximo a ser
contemplado pelo PPE é de R$ 6 mil.
As
empresas podem aderir ao plano por seis meses, prorrogáveis por mais seis
meses. Nesse período, funcionários que tiverem a jornada reduzida não poderão
ser demitidos. Após o fim do plano, as empresas também estão proibidas de
demitir por um prazo equivalente a um terço do período de adesão. Por exemplo,
se uma empresa aderiu ao plano por seis meses, ao fim desse período, não poderá
demitir o funcionário nos dois meses seguintes.
Para
o governo, o plano vai sair mais barato do que arcar com o seguro-desemprego,
além de evitar as demissões em massa. “Já temos indicadores positivos no país,
mas ainda são pontuais e este programa é uma das formas para acelerar a
travessia desta crise”, disse o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa.
Para
o ministro Miguel Rossetto, da Secretaria-Geral da Presidência, o plano será
bom para trabalhadores, empresas e para o governo. “O sentido desse programa é
proteger o emprego. Nossa economia passa por uma dificuldade e esse é um
programa que ganham empregados, funcionários e governo”.
O
sindicalista Rafael Marques, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC,
acredita que o custo salarial bancado pelo governo retornará aos cofres
públicos. “O governo custeia o trabalhador empregado e não desempregado, o que
garante o retorno econômico para o país”.
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