Químicos
conseguiram ver pela primeira vez um elemento químico transformando-se em
outro.
E,
durante esse processo, eles inesperadamente descobriram uma forma de tornar
mais eficazes os tratamentos de radioterapia para o câncer.
Alex
Pronschinske e seus colegas da Universidade de Tufts, nos Estados Unidos,
flagraram todo o processo durante o qual o iodo-125, um isótopo radioativo
usado em terapias contra o câncer, se transformava em telúrio-125, um isótopo
não-radioativo do elemento telúrio.
A
transformação de um elemento em outro foi documentada em um experimento no qual
Pronschinske colocou o iodo-125 em uma única gota de água e a depositou sobre
uma camada fina de ouro. Quando a água evaporou, os átomos de iodo se ligaram
com o ouro. Ele então colocou a amostra no microscópio, e ficou esperando para
ver.
Os
átomos de iodo-125 têm uma meia-vida de 59 dias, o que significa que metade dos
átomos de uma amostra desse radioisótopo irá decair nesse período, liberando
uma grande quantidade de energia e se tornando um isótopo de telúrio.
O problema
é saber o momento exato para olhar no microscópio e flagrar um único dos
bilhões de átomos presentes na amostra passando por esse processo.
Isso
exigiu que a equipe fizesse turnos de até 18 horas de trabalho durante várias
semanas, até finalmente flagrar o processo de decaimento em toda a sua glória.
A
equipe descobriu que, durante o processo de decaimento, a emissão de elétrons
de baixa energia do iodo-125 misturado com ouro é seis vezes maior do que a
emissão do elemento radioativo isoladamente, como ele é usado hoje nas
radioterapias.
Os
elétrons de baixa energia são muito eficazes nos tratamentos oncológicos porque
eles quebram o DNA das células doentes, mas viajam distâncias muito curtas, o
que inibe sua ação sobre as células saudáveis - esses elétrons viajam apenas de
1 a 2 nanômetros, o que pode ajudar a tornar as radioterapias mais eficazes e
mais precisas.
A
equipe agora pretende fabricar novas amostras de iodo-125 sobre películas ou
nanopartículas de ouro e testar seu uso em tratamentos oncológicos. As
nanopartículas poderiam ser atreladas a anticorpos que as levem até os tumores,
onde farão seu trabalho durante vários dias até o decaimento de toda o fármaco,
afetando menos os tecidos saudáveis.
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