Pesquisadores
da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) conseguiram um feito inédito no
campo da nanotecnologia.
Eles criaram
minúsculos "tijolos" de prata revestidos de magnetita, um óxido de
ferro notável por suas propriedades magnéticas.
Todas as tentativas
anteriores de unir prata e magnetita em escala nanométrica haviam produzido
apenas dímeros, partículas formadas pela justaposição dos dois metais, unidos
por uma superfície de contato, e estruturas chamadas pelos pesquisadores de
flor, um miolo de prata cercado por pétalas de óxido de ferro.
As nanopartículas têm um núcleo de prata de
apenas 4 nanômetros - elas são menores do que um vírus. Esta configuração tem
potencial para aplicações biomédicas, por exemplo, em terapias baseadas em
hipertermia, onde campos magnéticos seriam usados para guiar as partículas até
o local de um tumor, que seriam então aquecidas, de modo a destruir as células
malignas.
Por sua vez, a
prata tem propriedades ópticas que facilitam seu rastreamento dentro do
organismo. Embora não seja biocompatível, o revestimento de óxido de ferro
deverá permitir a exploração dessas possibilidades da prata na biomedicina.
O método de
fabricação que deu origem aos nanotijolos de prata também é inovador, pois
envolve uma só etapa, e não duas como o processo usual que produz os dímeros.
O grupo está
articulando parcerias para investigar mais a fundo o potencial biomédico dessas
nanopartículas, mas o foco principal no momento é o controle mais refinado do
processo de fabricação e, também, a busca de soluções para questões de ciência
fundamental que essas partículas trazem.
Embora a prata
não seja um metal magnético, na configuração em que o metal é envolvido pela
magnetita, ele acaba influenciando as propriedades magnéticas do conjunto.
"O
contato da prata com esse material magnético pode alterar as propriedades
magnéticas. Então, isso tem um interesse do ponto de vista fundamental, porque
a presença dela influencia no magnetismo," explica o professor Kleber
Pirota. "Existem algumas propriedades que aparecem nessa integração da
prata com a magnetita que ainda não estão completamente esclarecidas, então a
gente tem bastante caminho pela frente antes de entender bem esses
materiais."
Fonte-inovacaotecnologica
Fonte-inovacaotecnologica
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