A vacina contra a dengue da Sanofi Pasteur será
lançada até o final deste ano ou no início de 2016. O produto está pronto, mas
ainda precisa ser liberado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância
Sanitária), informou a empresa nesta segunda-feira.
"Estamos reunindo toda documentação para
enviar às agências reguladoras de vários países, inclusive a do Brasil, ainda
no primeiro semestre", afirmou Sheila Homsani, do departamento médico da
Sanofi.
A empresa vem investindo no desenvolvimento clínico
da vacina há 20 anos e destaca que, atualmente, é a que está em estado mais
avançado. O Instituto Butantan, de São Paulo, também desenvolve uma vacina
contra a dengue, mas os testes estão na segunda fase - a terceira e última fase
pode levar três anos.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) quer antecipar
o uso da vacina no Estado de São Paulo, que está à beira de uma epidemia. A
terceira fase de testes seria ampliada para atingir um maior número de pessoas.
O pedido de antecipação será apresentado à Anvisa.
A Sanofi Pasteur informou que a fase três de testes
é fundamental para análise de eficácia da vacina em diferentes contextos
epidemiológicos.
Um dos estudos, realizado na América Latina,
incluindo o Brasil, envolveu mais de 20 mil participantes em cinco países -
crianças e adolescentes com idades entre 9 e 16 anos.
O estudo mostrou que a vacina reduziu 60,8% dos
casos de dengue na população vacinada e foi eficaz contra os quatro sorotipos
da doença. Também reduziu em 95,5% os casos graves e em 80,3% o risco de
internações.
A vacina da Sanofi deve ser aplicada em três doses,
uma a cada seis meses, para dar uma resposta equilibrada para os quatro tipos
de vírus. A empresa investiu na construção de uma fábrica próximo a Lyon, na
França, com capacidade para produzir 100 milhões de doses por ano.
O custo da vacina ainda não foi dimensionado. Até
esta segunda, a empresa não havia sido procurada por órgãos do governo estadual
e federal para apresentar sua vacina.
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