Um novo gel microbicida apresentado
nesta quarta-feira em Madri pode prevenir a transmissão do vírus da aids, o
HIV, durante as relações sexuais em um período de 18 a 24 horas, afirmaram os
pesquisadores espanhóis responsáveis.
A chefe de seção do laboratório de
Inmunobiologia Molecular do Hospital Gregorio Marañón, Ángeles Muñoz,
apresentou o gel, de uso tópico e que está em fase pré-clínica com uma eficácia
de 85% demonstrada em experimentos com ratos.
Ao lado a Muñoz estava na entrevista
coletiva o professor titular do departamento de Química Inorgânica da
Universidade de Alcalá, Javier da Mata, que disse que se espera uma eficácia de
100% do gel se se combina o gel com outros dois remédios antirretrovirais.
O gel, que não é tóxico, teria uma
eficácia de proteção diante do HIV de entre 18 e 24 horas, e durante esse tempo
se poderia manter relações sexuais sem contágio. O ideal seria aplicá-lo cerca
de 8 horas antes da relação sexual prevista, segundo os especialistas.
O composto se baseia no dendrímero
2sg-s16, um tipo de partícula microscópica que bloqueia a infecção de células
epiteliais e do sistema imune contra o HIV, e não é espermicida, por isso
existe a possibilidade, advertem os pesquisadores, de haver gravidezes.
A doutora Muñoz explicou que o experimento
foi realizado em nove ratos do tipo BLT, que receberam através de cirurgia
células humanas de medula, fígado e a glândula timo.
Em três ratos foi usado um placebo e
nos outros seis foi aplicado o gel microbicida em suas células vaginais para,
em seguida, introduzir o vírus HIV.
Como resultado, cinco dos ratos
tratados com o gel não foram contagiados, enquanto um sexto morreu, o que
representa eficácia de 85%.
Também se estudará o efeito do gel
nas células retais dos ratos, já que até agora a substância só foi aplicada em
células vaginais.
O gel é o primeiro do mundo contra o
Vírus de Imunodeficiência Humana (HIV) que utiliza dendrímeros carbosilanos, e,
além disso, se demonstrou que também inibe a infecção pelo Herpes de tipo 2, um
tipo de herpes que têm três vezes mais possibilidades de contágio que o HIV.
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