A
varíola é uma doença terrível. Ela é transmitida com facilidade, provoca
erupções por todo o corpo e mata cerca de 30% dos infectados. Ou, na verdade,
costumava matar, já que a varíola não existe mais na natureza. Após uma
campanha de vacinação de várias décadas, o último caso fora de controle foi
diagnosticado em 1977. Três anos depois a Organização Mundial da Saúde (OMS)
declarou o mundo livre da doença. A aniquilação de uma doença que até 1967
matava 2 milhões de pessoa por ano é vista como um triunfo da medicina moderna.
Mas o
vírus não desapareceu completamente. Oficialmente há dois reservatórios em
laboratórios seguros administrados pelo Centro de Controle de Doenças (CCD) dos
EUA e pelo Centro Estatal de Pesquisa de Virologia e Biotecnologia, na Rússia.
Em 8 de julho, no entanto, o CCD anunciou que pesquisadores de saúde em
Maryland haviam descoberto ampolas de varíola esquecidas em uma geladeira no
canto de um armazém da Food and Drug Administration, o órgão regulador de
medicamentos dos EUA.
Assim
que foram descobertas as ampolas foram levadas para a sede do CCD, em Atlanta,
onde estão sendo testadas para descobrir se ainda são infecciosas. Após essa
etapa elas serão destruídas sob a supervisão da OMS. O FBI, enquanto isso, está
tentando descobrir da onde elas vieram – elas parecem vir dos anos 50 – e como
foram esquecidas. Todo o episódio é embaraçoso e provavelmente dará corda a um
debate antigo e em aberto sobre se é uma boa ideia manter amostras de varíola,
mesmo em laboratórios oficiais.
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