sábado, 22 de março de 2014

DORMIR OU NÃO DORMIR?

Está claro que dormir é saudável.  A Fundação Nacional do Sono faz campanhas regulares para celebrar os “benefícios do sono para a saúde” e especialistas vêm destacando a importância do sono para uma vida saudável, colocando-o no mesmo patamar de uma dieta saudável e exercício físico adequado.
Sono insuficiente tem sido associado a acidente vascular cerebral, obesidade e doença cardíaca. Mas dormir muito também pode ser arriscado. O hábito está associado a um maior risco de doença cardíaca e obesidade, para não mencionar a diabetes e depressão. Então como saber a medida certa? Quem não dorme bem durante a semana, pode dormir mais no sábado e no domingo para compensar?
A maioria dos especialistas diz que deve-se dormir regularmente por sete a nove horas por noite. O termo-chave aqui é “regularmente”. Ou seja, a questão não é o adolescente que dorme 15 horas para compensar os períodos insones de estudos (ou de festas). A questão são pessoas que dormem mais de nove horas diariamente, diz Kristen Knutson, uma antropóloga biomédica especializada na pesquisa do sono no Departamento de Medicina da  Universidade de Chicago.
“Se você teve que se privar do sono durante a semana, tentar recuperar o atraso no final de semana é uma boa ideia”, diz Knutson. Por outro lado, dormir mais de nove horas por meses, significa que você pode estar tendo um sono com baixa qualidade. “Ou então você pode estar ficando doente e, seu corpo, exigindo que você durma mais”, completa.
Estudos indicam que passar muito tempo na cama pode causar alguns problemas de saúde específicos. O sono pode interromper o ritmo cardíaco do corpo, deixando-o mais propenso a doenças, por exemplo, e privá-lo de exposição à luz solar, o que pode comprometer o sistema imunológico.  Um estudo descobriu que aqueles que dormiam muito têm o mesmo risco de desenvolver diabetes que aqueles que dormiam muito pouco.
O que pode estar acontecendo?
O neurologista David Rye, especialista em sonolência excessiva durante o dia, diz que quando um paciente relata que precisa dormir muito, muitas vezes sofre de hipotireoidismo, condição em que a tireoide não produz hormônios de forma equilibrada. Esta condição pode influenciar o metabolismo e fazer com que a pessoa precise dormir demais. A doença pode ser tratada facilmente com medicamentos.
Outra causa de dormir demais -e mal- é a apneia. Ela causa ronco e pausas na respiração durante o sono e uma queda nos níveis de oxigênio. Essa condição afeta cerca de 18 milhões de americanos, de acordo com a Fundação Nacional do Sono. Como o sono não é saudável, a pessoa dorme mais do que o considerado normal e, ainda sim, pode se sentir cansado quando acorda. A doença também está associada com a obesidade.
O problema de saúde mais comum de quem dorme demais, porém, é a depressão. Segundo Helene Emsellem, diretora do Centro de Distúrbios do Sono em Chevy Chase, “tratar a depressão muitas vezes pode diminuir as necessidades de sono. Entretanto, antidepressivos podem tornar as pessoas mais sonolentas”.
Nem todo mundo que dorme entre nove e 10 horas por dia não é saudável, dizem os médicos. ”O que depende é se quando as pessoas acordam elas se sentem revigoradas”, diz Michael Breus, psicólogo no Arizona e especialista em distúrbios do sono. “Se estiverem bem depois de dez horas de sono, não sei se me importo. Mas se essas pessoas dormem e acordam já cansadas, algo está errado”.

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