Mesmo quando uma abelha está a
quilômetros de distância, ela ainda pode sentir o cheiro de uma flor ou toxina
particular. O olfato de uma abelha chega a ser até 100 vezes mais sensível do
que o nariz de um ser humano, podendo até farejar o cheiro de um tumor de
câncer em estágio inicial.
Pelo menos é o que afirma a artista
baseada em Londres Susana Soares, que vem treinando abelhas para serem
assistentes de médicos. As abelhas, ao que parece, podem aprender a reconhecer
através do olfato os biomarcadores da doença muito rapidamente. “Elas podem ser
treinadas em poucos minutos”, diz Soares.
“Como os cães, elas respondem a
recompensas: basta dar um doce e associar a recompensa a certo cheiro.” Para um
diagnóstico, basta à abelha farejar a respiração de alguém para identificar se
um composto específico está presente no hálito.
Soares trabalhou com um soprador de
vidro para ajudar as abelhas a fazerem sua análise. Um paciente sopra em uma
pequena parte de um globo, enquanto as abelhas esperam dentro de uma câmara
maior. Se as abelhas reconhecem um determinado composto no hálito, elas voam em
direção a ele. O teste é surpreendentemente preciso, graças à capacidade das
abelhas para detectar concentrações de moléculas incrivelmente pequenas, na
faixa de uma parte por trilhão.
Segundo a artista, a pesquisa
demonstrou que as abelhas podem ser treinadas para identificar os compostos
químicos de doenças como tuberculose, câncer de pâncreas e pulmão e diabetes.
Por enquanto, não existe
possibilidade de uso comercial das abelhas no diagnóstico de doenças. “Estes
são protótipos muito experimentais e, portanto, precisaria de muito mais
testes”, explica Soares. Mas, segundo ela, há interesse em continuar com o
projeto para o desenvolvimento de uma forma econômica de detectar doenças em
estágio inicial especialmente em países pobres.
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