O Sistema Único de Saúde foi criado no Brasil em 1988
com a promulgação da nova Constituição Federal e tornou o acesso gratuito à
saúde um direito de todo cidadão.
Com a implantação do sistema, o número de beneficiados
passou de 30 milhões de pessoas para 190 milhões. E (infelizmente) 80% desse
total dependem exclusivamente do SUS para ter acesso a serviços de saúde.
Mas – lá vem esse escrevinhador com o “mas” –
alguém está então ferindo esse direito de todo cidadão, ou estão considerando
que muitos não são cidadãos. A prova disso são as filas intermináveis, pessoas
morrendo amontoadas nos corredores, no chão, em cadeiras, sem o mínimo cuidado
que um hospital deveria oferecer. Mas isso não é tudo, é parte. As pessoas são
obrigadas a uma verdadeira peregrinação para conseguir marcar uma consulta para
algum dia no futuro, quando talvez nem mais seja necessário.
A história acaba aqui? Claro que não. Fora essas cenas
vexaminosas existem por trás disso uma máfia que se aproveita da fragilidade de
um sistema, pessoas que fazem de tudo para conseguir uma fatia do bolo, que é
grande.
Enganam-se quem pensou que unificando o sistema a
coisa ficaria mais fácil de controlar. Talvez tenha ficado até mais fácil de
roubar.
Repórteres do Fantástico tiveram acesso a mais de 20
mil fichas hospitalares com suspeita de fraude e erros grosseiros.
Agora imagina a festa dos ratos quando sabem que o SUS
gastou mais de R$ 11 bilhões com o pagamento de autorizações de internações
hospitalares. Nada mais “justo” que eles pensem que parte desses bilhões
poderia estar em outros bolsos, cuecas, malas e contas em paraísos fiscais. Se
fosse um “desvio bem-intencionado” do tipo, não vamos comprar 15 ambulâncias,
vamos comprar nove e com o restante compramos aquele tomógrafo que aquele
hospital precisa. Mas a banda (podre) de lá toca outra música. Ministro Padilha
uma nota… ♫… Qual é a música? “O milagre da medicina já no século XXI”.
A cura do câncer e de outras doenças como o Alzheimer
ainda não foram encontradas, mas a medicina do SUS é digna de um Prêmio Nobel
de Medicina. Na nossa medicina um homem baiano se submeteu a uma cesariana e o
SUS pagou por isso. Um homem dando vida a uma criança. Coisa linda isso. Já em
Maricá uma mulher retirou sua próstata. Fora pacientes que morrem mais de uma
vez – isso é muito simples: o fulano dá entrada no hospital e morre. Dias
depois ele volta a ser internado e morre de novo. Isso deve ser para terem a
certeza de que ele está morto, só pode ser.
Além disso, temos casos de pacientes internados para
pequenas cirurgias, que foram liberados 24 horas depois, mas que na conta
apresentada ao SUS e paga, ficaram bem mais tempo que isso.
E vale lembrar que as fichas analisadas são somente do
período entre 2008 e 2013. E os anos anteriores? Quem tem coragem de chafurdar
por essa lama? Será que tem lama mesmo, ou já trataram de cimentar tudo, do
tipo não tem como apurar mais quanto se roubou?
Pessoas assim eu nem saberia classificar o que são.
Além de roubarem dinheiro público, elas acabam matando pessoas indiretamente.
O negócio é tão escrachado que não há nem a
preocupação em mascarar o roubo. Roubam e pronto, acreditando que ninguém vai
ver ou achar estranho que uma mulher tirou a próstata. A garantia da impunidade
é tão grande, é tão certa, que não há essa preocupação. A coisa é feita de
qualquer maneira e o SUS continua pagando e sendo enganado.
Cadê
a transparência? Cadê o controle?
Imagina então se eles resolvem fazer renascer a CPMF
para salvar à saúde? Será o caos nas ruas.
Eles que não se atrevam! Mas como aqui no Brasil tudo
é possível…
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