A nanociência, representada em filmes
como o Homem de Ferro 3 e A Viagem Fantástica, deixou as telas de cinema para
tornar-se realidade, por exemplo, na pesquisa de novos medicamentos para tratamento
de diabetes, dores crônicas, náuseas, hipertensão e anticoncepcionais. Em 1940,
o cientista Albert Sabin, criador da vacina contra a poliomielite, já
pesquisava o uso de nanopartículas de ouro no tratamento de reumatismo.
A tecnologia avançada permitirá que
pacientes não precisem mais ingerir medicamentos em forma de comprimidos ou
aplicar injeções. Já está no mercado os remédios transdérmicos, administrados
por aplicações diretas ou por adesivos que liberam a substância de modo
constante. A principal vantagem é a de eliminar ou reduzir os efeitos
colaterais.
"Em pouco tempo não vamos
precisar tomar mais nada por via oral. No futuro todos os medicamentos serão
transdérmicos. Quando a pessoa estiver com dor de cabeça, vai passar o
medicamento na têmpora e a dor vai melhorar. No futuro, não vai precisar mais
engolir um remédio", explica o professor de biotecnologia no Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, Marco Botelho.
Segundo Botelho, há estudos para que
a aplicação de insulina em pacientes com diabetes dispensem o uso de agulha
para dar lugar ao remédio transdérmico. O tratamento de tumores também pode ser
beneficiado, com o uso de medicamentos inteligentes, em doses muito menores,
que reconhecem e atacam diretamente o tecido doente. Tudo isso é fruto da nanotecnologia,
explicou.
O avanço nos estudos da ciência
também abriu caminho para os nanocosméticos. Atualmente, o setor empresarial já
oferece produtos de preenchimento de rugas por meio de micropartículas de
rejuvenescimento, protetor solar mais potente e maquiagem com brilho
diferenciado.
A Agência Brasileira de Inovação -
antiga Finep - tem em curso, uma chamada pública no valor de R$ 30 milhões para
o desenvolvimento de produtos ou processos inovadores. O edital voltado para a
nanotecnologia prevê R$ 8 milhões em pesquisas na área higiene pessoal,
perfumaria e cosméticos.
De acordo com o coordenador de micro
e nanotecnologias do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI),
Flávio Plentz, o Brasil é o segundo mercado de produtos cosméticos e de higiene
pessoal no mundo. "É uma área de muito sucesso. Temos várias empresas
produzindo e comercializando produtos na área de nanocosméticos. Tem muitos
grupos de pesquisas ativos e é uma área que tem impacto econômico muito
grande", analisa.
No País, o grupo Boticário investe
2,5% de seu faturamento anual em pesquisas na área de nanotecnologia. A empresa
trabalha com estudos no setor desde 2002 e já tem no mercado produtos
anti-idade e filtros solares que atuam na redução de rugas.
"Com a evolução das pesquisas,
chegamos também ao pioneirismo da triplananotecnologia, que tem como
diferencial a chamada "liberação direcionada", ou seja, as minúsculas
partículas de ingredientes ativos penetram nas diferentes camadas da pele de
acordo com a necessidade de cada uma delas", explica o diretor de Pesquisa
e Desenvolvimento do grupo, Richard Schwarzer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário