quarta-feira, 15 de maio de 2013

Windows 8: problemas à vista


É sempre divertido testemunhar a queda dos poderosos. As coisas ficam ainda mais divertidas quando eles tentam amenizar a sua própria queda por meio do uso de linguajar corporativo. Nessa semana a Microsoft declarou que estava reconsiderando “aspectos chave” de seu novo sistema operacional, o Windows 8. A empresa está tentando dar um cavalo de pau.
O Windows 8 foi o investimento mais importante da Microsoft até hoje no sentido de adaptar os seus principais produtos para o novo mundo dos dispositivos com telas sensíveis ao toque. O botão “iniciar”, que controlava o acesso ao menu do computador desde 1995, foi defenestrado e substituído por enormes blocos multicoloridos que respondem ao toque. Steve Ballmer, o presidente da Microsoft, descreveu a introdução do novo sistema como um momento “tudo ou nada”. Mas a aposta se revelou tão equivocada que um aplicativo que permite aos usuários reintroduzirem o familiar botão ‘iniciar’ é um dos mais vendidos para o Windows 8.
O que significa o cavalo de pau da Microsoft? Trata-se de uma manobra prudente ou de humilhação? O Financial Times a descreveu como “uma das admissões de fracasso mais destacadas do mercado de novos bens de consumo para o mercado de massa desde a New Coke, o fiasco que a Coca-Cola lançou há quase 30 anos. “Diversos analistas especularam que este momento marca o início do fim de Ballmer, que lidera a empresa desde a saída de Bill Gates em 2000. A realidade é um pouco mais complexa: os problemas de curto prazo da Microsoft são menores do que seus críticos imaginam, mas muito maiores no longo prazo.
O fato de que a Microsoft tenha admitido a existência de um problema é encorajador. No entanto, é justamente o sucesso da empresa que está gerando seus problemas de longo prazo. Em “The Innovator’s Dilemma”, Clayton Christensen da Harvard Business School argumenta que as empresas costumam ser fatalmente prejudicadas por seus triunfos, e não por seus fracassos. Elas podem dar-se conta de que o mundo está mudando, mas são tão boas em fazer o que sempre fizeram – produzir computadores mainframe, no caso da IBM – que não têm sucesso em adotar o novo.


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