É sempre
divertido testemunhar a queda dos poderosos. As coisas ficam ainda mais
divertidas quando eles tentam amenizar a sua própria queda por meio do uso de
linguajar corporativo. Nessa semana a Microsoft declarou que estava
reconsiderando “aspectos chave” de seu novo sistema operacional, o Windows 8. A empresa está tentando dar
um cavalo de pau.
O Windows 8
foi o investimento mais importante da Microsoft até hoje no sentido de adaptar
os seus principais produtos para o novo mundo dos dispositivos com telas
sensíveis ao toque. O botão “iniciar”, que controlava o acesso ao menu do
computador desde 1995, foi defenestrado e substituído por enormes blocos
multicoloridos que respondem ao toque. Steve Ballmer, o presidente da
Microsoft, descreveu a introdução do novo sistema como um momento “tudo ou
nada”. Mas a aposta se revelou tão equivocada que um aplicativo que permite aos
usuários reintroduzirem o familiar botão ‘iniciar’ é um dos mais vendidos para
o Windows 8.
O que
significa o cavalo de pau da Microsoft? Trata-se de uma manobra prudente ou de
humilhação? O Financial Times a descreveu como “uma das admissões de
fracasso mais destacadas do mercado de novos bens de consumo para o mercado de
massa desde a New Coke, o fiasco que a Coca-Cola lançou há quase 30 anos.
“Diversos analistas especularam que este momento marca o início do fim de
Ballmer, que lidera a empresa desde a saída de Bill Gates em 2000. A realidade é um
pouco mais complexa: os problemas de curto prazo da Microsoft são menores do
que seus críticos imaginam, mas muito maiores no longo prazo.
O fato de que
a Microsoft tenha admitido a existência de um problema é encorajador. No
entanto, é justamente o sucesso da empresa que está gerando seus problemas de
longo prazo. Em “The Innovator’s Dilemma”, Clayton Christensen da Harvard
Business School argumenta que as empresas costumam ser fatalmente prejudicadas
por seus triunfos, e não por seus fracassos. Elas podem dar-se conta de que o
mundo está mudando, mas são tão boas em fazer o que sempre fizeram – produzir
computadores mainframe, no caso da IBM – que não têm sucesso em adotar o novo.
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