O que comemos é ditado tanto pela cultura quanto por
opção ou necessidade. Caso se pergunte a um ocidental qual a comida mais
nojenta que ele já comeu, há grandes chances de que um grilo crocante ou uma
larva borrachenta. Ainda assim, 2 bilhões de pessoas (cerca de 30% da população
mundial) ingerem insetos como parte de sua dieta tradicional, afirma a
Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em
inglês).
Em um novo relatório, a FAO enaltece os benefícios de
se comer mais insetos. A carne tem sido a principal fonte de proteínas em
países ricos há muitos anos e o consumo está aumentando em países de renda
média como China e Brasil, onde o consumo de carne é um sinal de riqueza. Mas o
consumo de animais impõe um custo alto ao mundo. Quanto maior a fera, maior a
quantidade de alimento, terra e água necessários para produzir o produto
comestível final, o que resulta em mais emissões de gases do efeito estufa. Uma
vaca precisa de 8 quilos de alimento para produzir um quilo de carne, mas
apenas 40% da vaca pode ser consumida. Os grilos precisam de apenas 1,7 kg de alimento para
produzir 1 kg
de carne, e 80% de seu corpo é considerado comestível.
Os insetos também têm altos teores de proteínas,
minerais e micronutrientes. Trata-se de uma boa notícia para os americanos com
paladares aventurosos que estão esperando a próxima invasão das cigarras.
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