Não coma trigo. Este é o único,
rigoroso mandamento para uma dieta livre de glúten, uma ideia que já conquistou
inúmeros adeptos pelo mundo.
Para as cerca de uma em 100 pessoas
que sofrem de uma patologia grave chamada de doença celíaca, caracterizada pela
intolerância ao glúten, esta é uma ordem médica indiscutivelmente sábia. Especialistas,
entretanto, vêm dizendo que há outra condição relacionada ao glúten que não a
doença celíaca. Em 2011, um painel de especialistas reunidos em Oslo criou um
termo médico para esta doença: sensibilidade não-celíaca ao glúten.
O que eles ainda não sabem é quantas
pessoas têm essa intolerância, quais são seus efeitos a longo prazo, ou até
mesmo como identificá-la de forma confiável. Na verdade, eles não sabem quase
nada sobre a doença.
A definição é menos um diagnóstico do
que uma descrição – alguém que não tem doença celíaca, mas cuja saúde melhora
com uma dieta livre de glúten e piora novamente se o glúten é reintroduzido.
Essa condição poderia até mesmo ser mais do que uma doença.
“Nós não temos a menor ideia neste
momento”, declarou Stefano Guandalini, diretor médico do Centro de Doença
Celíaca da Universidade de Chicago.
Muitos defensores de dietas sem
glúten alertam que a sensibilidade não celíaca ao glúten é uma epidemia
invisível que está minando a saúde de milhões de pessoas. Eles acreditam que
evitando o glúten – uma composição de amido e de proteínas que se encontram em
certos cereais tais como trigo, cevada e centeio – ganham energia e aliviam
doenças crônicas.
Outros veem a popularidade de
alimentos sem glúten como apenas um modismo recente, destinado a desaparecer
como a dieta Atkins e a vilanização de carboidratos de uma década atrás.
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