Há cinco anos,
quatro titãs da política externa norte-americana, os ex-secretários de Estado
George P. Shultz e Henry A. Kissinger, o ex-secretário de Defesa William J.
Perry e o ex-senador Sam Nunn, clamaram por “um mundo livre de armas
nucleares”, dando um novo impulso a uma ideia que saiu do idealismo pacifista
para se tornar o centro dos debates de política externa.
Cerca de 76
milhões de norte-americanos cresceram durante a Guerra Fria (geração conhecida
como Baby Boomers), quando o temor de armas nucleares permeava a vida
norte-americana. Na década de 1980,
a liderança de Ronald Reagan combinada a manifestações
contra o uso de armas nucleares levaram a negociações com a União Soviética que
reduziram drasticamente os arsenais nucleares das duas superpotências.
As coisas
saíram diferente do esperado. Ainda existe um pequeno grupo de pessoas que
acredita fervorosamente em armas nucleares. Tal apoio existe graças a alguns
mitos. Um deles é a sensação de que o ataque nuclear sobre Hiroshima e Nagasaki
foi decisivo para pôr fim à Segunda Guerra Mundial. Essa ideia faz o uso de
armas nucleares parecerem decisivos em uma guerra. Existem também outros mitos,
como o de achar que a posse de armas nucleares mantém os países aliados sob
proteção durante um eventual ataque.
Exigir que
alguns países não tenham armas nucleares enquanto outros mantêm seu arsenal
devidamente escondido apenas “por precaução” também mostra que o desarmamento
nuclear está longe de ser alcançado.
Por esses
motivos, sempre que idealistas manifestam a vontade de abolir os arsenais de
armas nucleares do mundo, os realistas meneiam a cabeça em um gesto negativo e
dizem: “Você não pode colocar o gênio das armas nucleares de volta na garrafa”.
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