segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Anonymous: não somos mais partidários do WikiLeaks



O grupo Anonymous, conhecido por seu ativismo hacker em defesa da liberdade de expressão, anunciou que, a partir de agora, não mais se considera um partidário do WikiLeaks. Na decisão, informada através do twitter (@AnonymousIRC), o coletivo acusa a degeneração do WikiLeaks a uma luta de egos centra em torno de Julian Assange, um de seus fundadores e atualmente enclausurado na embaixada do Equador em Londres.
"Nós não estamos mais seguindo o @Wikileaks e estamos retirando nosso apoio. Foi uma ideia sensacional, arruinada por egos", diz uma das notas. "Nós nos unimos a qualquer um que lute pela liberdade de informação. O WikiLeaks não é mais guiado por isso. É pelo dinheiro", afirma.
O principal motivador da cisão do Anonymous é a decisão, por parte do WikiLeaks, de condicionar o acesso às informações secretas em seu site a "doações" para angariar fundos pela liberdade de Julian Assange.
Assange, protagonista público desde os vazamentos sobre as guerras do Afeganistão e do Iraque que alçaram sua organização à notoriedade mundial, transformou-se em uma espécie de refugiado mundial: procurado pela Justiça da Suécia, onde é acusado de estupro, buscou guarida no Reino Unido, mas, na iminência de sua extradição, achou resguardo na embaixada equatoriana da capital britânica, onde está protegido em meio a um impasse diplomático.
"Nós temos nos preocupado com a direção que o WikiLeaks vem tomando. No último mês, o foco saiu dos vazamentos de informação e da real luta pela liberdade de informação para se concentrar mais e mais em Julian Assange", diz um texto do Anonymous também divulgado na série de tweets. Neles, o grupo defende a inocência do ativista, mas alertam que o "Wikileaks não é - ou não deveria ser - somente sobre Julian Assange".
O manifesto também aponta que é possível burlar o pedido de doação do site do WikiLeaks desativando o Javascript, mas alerta que isso não apenas prejudica o acesso ao site pelo usuário não especializado ("que é a maioria") como também deixa claro que "a intenção óbvia é aumentar as doações".
"Para nós, a conclusão é que não podemos mais apoiar o que o WikiLeaks se tornou - um show de um homem, de Julian Assange. Mas nós também quermos deixar claro que ainda apoiamos a ideia original por trás do WikiLeaks: liberdade de informação e transparência de governos. Infelizmente nós nos damos conta que o WikiLeaks não mais luta por esta ideia", resume o comunicado. "Nós vamos lutar pela liberdade de informação e apoiar qualquer um que busque este mesmo ideal".

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