Lançado com toda pompa há duas semanas, o programa do governo Dilma Rousseff (PT) para construir, ampliar e recuperar rodovias e ferrovias no País é digno de elogios porque deixa de lado um velho viés ideológico estatizante e delega à iniciativa privada a tarefa de tocar os projetos. Para os pernambucanos, porém, o Programa de Investimentos em Logística do governo federal traz o gosto amargo da exclusão. Em termos rodoviários, Pernambuco ficou à margem. Não foi contemplado pelo governo Dilma.
Uma parte do setor produtivo do Estado lamenta, por exemplo, o fato da BR-232 ter ficado de fora do pacote. Principal eixo de interiorização de Pernambuco, a rodovia sofre com o mau estado de conservação em vários trechos e a possibilidade de torná-la uma concessão vem sendo discutida desde a década de 90. A chance mais clara de se concretizar esta iniciativa foi agora, no projeto de Dilma. Excluída do plano, a 232 seguirá sem nenhum pedágio, é verdade, mas continuará representando riscos e prejuízos para pessoas físicas e empresas que a utilizam.
“Para o Estado, é preocupante a BR-232 ter ficado fora. O Nordeste saiu prejudicado nesse programa. Foi uma decisão política que deu prioridade à área que dá mais retorno econômico, que são as estradas e ferrovias do Sudeste e Centro-Oeste”, explica o assessor técnico da Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Nordeste (Fetracan), Jorge do Carmo.
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