A manipulação de materiais numa escala atômica – a Nanotecnologia – está revolucionando a Medicina, a Eletrônica e a Engenharia de Materiais, criando tubos quase invisíveis e moléculas que prometem, por exemplo, penetrar em tecidos animais, levando medicamentos a células precisas, sem efeitos colaterais. Embora essas moléculas de tamanho semelhante à bilionésima parte do metro venham sendo usadas pela indústria de cosméticos e algumas especialidades médicas ao longo da última década, a nanotecnologia só agora começa a se popularizar.
Quais seriam os riscos e a toxicidade desse recurso – e quais as vantagens da nanotecnologia para o avanço da sustentabilidade?
Num dos eventos paralelos da Rio+20, cientistas, ambientalistas e representantes dos trabalhadores da indústria fundaram o Observatório de Nanotecnologias das Américas. “O problema é que a imensa maioria dos nanoprodutos ainda não é regulamentada e chega ao mercado sem passar por testes de segurança e nanotoxicologia”, explicou dias atrás Jaydee Hanson, do Centro Internacional para Avaliação de Tecnologias (ICTA), um dos fundadores do Observatório.
“Pior: na maioria dos países, os fabricantes sequer precisam anunciar no rótulo que determinado produto é derivado de nanoprocessos.”
“Pior: na maioria dos países, os fabricantes sequer precisam anunciar no rótulo que determinado produto é derivado de nanoprocessos.”
Jim Hutchison, professor de Química da Universidade de Oregon e um dos líderes dessa discussão, diz que ainda não há conhecimento acumulado sobre a toxicidade dessa tecnologia, os riscos da bioacumulação e da produção em massa de produtos derivados da nanotecnologia. Mas ele lembra que ela também pode revolucionar a geração e estocagem de energias renováveis, barateando consideravelmente os painéis fotovoltaicos e ampliando a capacidade de estocagem de energia elétrica em veículos.
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