Ouviu falar em corrida espacial em pleno 2011? Um novo telescópio espacial russo, que irá trabalhar em conjunto com telescópios de rádio que estão em terra, coroa um esforço que começou durante a Guerra Fria. Será o maior telescópio que o mundo já viu, com uma capacidade de antena extremamente eficaz, que abrange 30 vezes o diâmetro da Terra.
O telescópio, chamado de RadioAstron, tem uma antena de 10 metros, um décimo do tamanho do maior telescópio da Terra. Mas quando combinado com observatórios terrestres, ele será gigante em capacidade – com uma resolução até 10.000 vezes melhor do que o Telescópio Espacial Hubble da NASA.
A interferometria, método de medição baseado na interferência, é amplamente utilizada para criar enormes redes de telescópios na Terra, conectando observatórios individuais em uma rede maior, obtendo uma resolução muito mais efetiva. O RadioAstron não é nem mesmo o primeiro telescópio espacial que utiliza a interferometria – cerca de 15 anos atrás, a agência espacial japonesa lançou o satélite HALCA (Highly Advanced Laboratory for Communications and Astronomy) com a tecnologia. Porém, ele só foi projetado para trabalhar alguns anos e interrompeu seu funcionamento em 2005.
Esse telescópio é projetado para se abrir em órbita, com 27 pétalas de fibra de carbono que se desdobram para formar um prato de 10 metros de largura.
Ele terá uma órbita elíptica, permitindo que a atração gravitacional da lua mude seu caminho. Esta rota orbital variável, em conjunto com os mais poderosos computadores que estarão em terra, permitirá que os cientistas russos produzam imagens de alta resolução de galáxias distantes.
O RadioAstron poderá retratar os objetos celestes separados por um ângulo de 7 microssegundos de arco. Por causa dessa alta resolução, os cientistas acreditam que ele será capaz de espreitar eventos em um buraco negro no centro das galáxias, de estudar ondas de rádio emitidas por nuvens de moléculas de água no espaço, entre outras missões.
A Agência Federal Espacial Russa terá que recolher todos os dados do telescópio. Porém, até agora, apenas uma tecnologia foi construída para receber sinais de satélites, e muitos outras serão necessárias para que os dados do telescópio de 144 megabits por segundo não sejam perdidos
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