Mapear a sequência do genoma de uma está cada vez mais rápido e pode ser feito por aparelhos cada vez menores. A última novidade é um aparelho bem pequeno, que utiliza a tecnologia de semicondutores para desenvolver técnicas mais velozes com custos mais baixos.
Como o aparelho lembra um chip, a desenvolvedora Ion Torrent escolheu um ícone da computação para ser o primeiro a ter o genoma mapeado: Gordon Moore, cofundador da Intel, empresa fabricante de chips de computador.
O Ion Personal Genome Machine (PGM), como é chamado o aparelho, custa hoje US$ 49,5 mil, e o objetivo final é desenvolver um dispositivo que custe US$ 1 mil. Além de providenciar um rascunho do genoma de Moore, ele é capaz de mapear o genoma de uma bactéria em apenas duas horas – o PGM foi o responsável pelo mapeamento da Escherichia coli no recente surto que atingiu a Alemanha, por exemplo.
“É um salto quântico em termos do tempo que é gasto para se fazer uma experiência”, comentou Stephan Schuster, biólogo molecular da Universidade do Estado da Pensilvânia, nos EUA, e não participou do desenvolvimento do projeto.
Contudo, é necessário que a tecnologia se torne mais precisa, e não apenas barata, para que possa ter aplicação prática, apontou outro especialista independente, Stephen Chanock, do Instituto Nacional do Câncer dos EUA. Nesse sentido, máquinas maiores e mais caras ainda se mostram mais eficientes.
Funcionamento
Funcionamento
A diferença do PGM para os aparelhos mais antigos está na tecnologia usa para identificar as bases de nucleotídeos no DNA.
Quando o genoma humano foi mapeado pela primeira vez, o método de sequenciamento era trabalhoso. Envolvia fazer fitas complementares de DNA para copiar a amostra original e, em seguida, organizar os fragmentos por tamanho e determinar a sequência da fita original.
Mais recentemente, foram desenvolvidas novas técnicas, que usam marcadores fluorescentes para identificar os nucleotídeos individualmente, mas esses reagentes são muito caros.
A técnica da Ion Torrent usa nucleotídeos naturais, mais baratos, e consegue perceber os íons de hidrogênio e incorporar os nucleotídeos ao DNA complementar. “Criamos um banco de dados que literalmente vê a química”, afirmou o biólogo molecular Jonathan Rothberg, chefe executivo da empresa.
No sequenciamento do genoma de Moore, foram usados mil chips de íon trabalhando simultaneamente – um total de um bilhão de sensores. A companhia anunciou que já está testando chips com maior capacidade, para reduzir ainda mais os custos.
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