A grandiosidade do sol é proporcional aos segredos que ele ainda guarda. Sabe-se muito pouco sobre o astro-rei, apenas que é uma grande massa de gases imutável com variação de atividade, ora alta, ora baixa. Envolta dele, cientistas criaram teorias que ainda são pouco comprovadas, pois esbarram em medidas imprecisas sobre toda sua variabilidade. Um instrumento, porém, pode dar uma importante contribuição nos estudos do sol e também do aquecimento global. Trata-se do heliômetro, um instrumento que vai captar imagens nítidas e mais precisas do astro e, assim, fornecer dados mais corretos aos pesquisadores, a partir do ano que vem.
O instrumento é um modelo adaptado, projetado e concebido pelo Grupo de Instrumentação e Referência em Astronomia Solar (Girasol), em atividade no Observatório Nacional (ON) há 32 anos. Aliás, trata-se do único heliômetro moderno em todo o mundo. Pesquisadores de outros países e do próprio Brasil utilizam astrolábios fotoelétricos da década de 1950 para observar o sol. “Nosso heliômetro é capaz de gerar oito mil imagens do sol por hora, enquanto o astrolábio gera 1.800 imagens por dia”, relata o astrônomo Victor D’Ávila, que projetou o instrumento.
Segundo o cientista Eugênio Reis Neto, que ajudou na construção do heliômetro, o instrumento vai medir com mais precisão o diâmetro do sol. Neto explica que a atmosfera terrestre atrapalha na medição correta desse diâmetro, provocando ruídos nas imagens. “O que medimos é uma informação muito pequena no meio de uma turbulência atmosférica, que chamamos de ruído. Precisávamos tirar essa informação de dentro do ruído. Conseguimos fazer isso com o heliômetro.” No entanto, era preciso garantir que essa informação vinha do sol, e só a estabilidade do instrumento proporcionaria isso. “Se o heliômetro variasse com a temperatura, ficaríamos sempre na dúvida se o que estamos medindo é realmente uma variação lá no sol ou se é meu instrumento que está variando”.
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