Um trem que levita sobre trilhos, movido a energia elétrica e capaz de ser instalado até sobre passarelas de pedestres. O que para muitos parece ficção científica vem se tornando realidade no Laboratório de Aplicações de Supercondutores (Lasup), da Coppe.
O projeto, desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi iniciado há dez anos e ganhou agora um protótipo do vagão em tamanho real. O próximo passo é a construção de uma linha de testes ligando dois prédios da cidade universitária, até o fim de 2010.
“Não existe no mundo nenhum sistema desse operando em escala real, com a nossa tecnologia. Nós seremos os primeiros”, explica o professor Richard Stephan, coordenador do projeto, para quem o futuro do transporte público será sem rodas.
“Ele tem um trilho de ímãs. Nós estamos substituindo as rodas por supercondutores de elevada temperatura crítica, que produzem um efeito magnético de repulsão, o que permite essa levitação que nós estamos vendo aqui”, explica.
'Não é mágica', diz pesquisador
De acordo com os pesquisadores, a partir de 1987, o desenvolvimento de novos materiais permitiu obter a levitação por meio de supercondutores, que são resfriados por nitrogênio líquido, a uma temperatura negativa de 196ºC, permitindo a levitação. Segundo o professor, o segredo foi transformar princípios físicos já bem conhecidos nos laboratórios em algo que trará benefícios concretos à população.
“Não é mágica, é tecnologia”, brinca o pesquisador Ocione Machado.
O trem foi batizado de MagLev Cobra, em alusão às suas curvas fechadas, que são possíveis devido ao tamanho dos vagões, de 1,5 m. Uma “palha” de como seria esse vagão em tamanho real já pode ser vista no Centro de Tecnologia do Fundão. Com o protótipo, os incrédulos podem constatar como o veículo levita.
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