Um chip de plástico, do mesmo tamanho e formato de uma moeda de R$ 1, é a nova arma em estudo pelo governo federal e alguns estados para combater o desmatamento na Amazônia e em outras áreas de preservação ambiental, como a Mata Atlântica.
Criado por pesquisadores do Instituto Web Florestal (IWF), o dispositivo funciona como a ponta de um sistema de monitoramento eletrônico e é capaz de gravar dados digitais criptografados, como espécie, altura, diâmetro e volumetria das árvores, além das características biológicas e localização exata da espécie na floresta.
Sensível ao meio ambiente, o chip pode disparar um alarme nos postos de fiscalização ambiental que ficam a muitos quilômetros de distância se determinadas árvores estiverem sendo cortadas, atingidas por queimadas ou até vendavais.
O chip tem um buraco no meio para ser pregado às árvores e carrega no seu software dados sobre o processo de crescimento das espécies e a data prevista para o seu corte, no caso de planos de manejo.
O dispositivo emite ondas de rádio em UHF a um raio de 15km, informando os dados para um computador central. Testado com sucesso nos 100 hectares na fazenda Buriti, na Chapada dos Guimarães (MT), o sistema é fruto das pesquisas do biólogo Élvio Sheller, que também trabalha na Universidade Federal do Mato Grosso. Ele teve a ideia quando desenvolvia na Universidade de Sheffield, na Inglaterra, um projeto para a monitorar o índice de poluição no Reino Unido.
Combate à falsificação
O chip promete acabar com o fim do comércio de madeira ilegal. Hoje, os créditos para o corte e transporte de árvores são alvo de fraudes. O equipamento evitaria a inserção de informações falsas sobre volumetria de madeira no documento oficial de crédito para desmate. Segundo o presidente do IWP, Roberto Bucar, a tecnologia também tem condições de combater a falsificação ou a criação de créditos virtuais para a derrubada de madeira emitidos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Outra vantagem da invenção é que os dados contidos no chip poderiam ser checados com as informações armazenadas no banco de dados da fiscalização, e até localizar a serraria para onde determinada espécie foi transportada. A serraria legal poderia garantir à indústria moveleira ou da construção civil que utiliza árvore de plano de manejo legal. De acordo com o engenheiro florestal do IWF Planet Paulo Borges, o sistema de manejo florestal executado hoje só tem a ganhar com a implantação do sistema. Segundo ele, o mecanismo é capaz de acabar com 95% das brechas a que o manejo atual está exposto.
A tecnologia já está sendo utilizada em projetos em Mato Grosso e em um piloto da SOS Mata Atlântica em São Paulo. Os primeiros testes foram considerados satisfatórios e agradou aos ambientalistas. “É um avanço na fiscalização e monitoramento de áreas de preservação” comemora Mário Mantovani, dirigente da organização não governamental. A instituição estuda implantar o sistema de controle em todas as áreas que monitora.
Fonte - correiobraziliense
Nenhum comentário:
Postar um comentário