quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Meninas: o Brasil é o pior país da América do Sul para elas

Segundo o relatório Índice de Oportunidades para Garotas, divulgado pela ONG Save the Children, o Brasil é o pior país da América do Sul em termos de oportunidades para o desenvolvimento de meninas. Entre as 144 nações avaliadas, o Brasil está na 102ª posição. No continente americano, o país só fica na frente da Guatemala e de Honduras. O relatório leva em consideração dados sobre casamento infantil, gravidez na adolescência, mortalidade materna, representação das mulheres no Parlamento e conclusão do estudo secundário.
O Brasil que é visto pelo relatório como um país de renda média superior está ligeiramente melhor que o Haiti, que está na 105ª posição. O principal problema brasileiro é a falta de representação parlamentar. No pleito de 2014, por exemplo, só havia 51 deputadas federais entre os 513 parlamentares eleitos.
Para piorar, o Brasil também tem números elevados de gravidez na adolescência e de casamento infantil. O casamento infantil é a principal preocupação da ONG. A cada sete segundos, uma garota com menos de 15 anos se casa no mundo, na maioria das vezes contra a vontade. Em casos extremos, identificados em países como Afeganistão, Iêmen e Somália, crianças com menos de 10 anos são forçadas a casar.
Segundo estudo publicado ano passado pelo Instituto Promundo existem no país 877 mil mulheres, entre 20 e 24 anos, que se casaram antes dos 15 anos de idade. Desta forma, o país é o quarto do mundo em números absolutos. No mundo, a Índia apresenta o maior número de casamentos infantis, até pelo tamanho da população. Lá, 47% das garotas, cerca de 24,6 milhões, se casam antes dos 18.
Acabar com o casamento infantil até 2030 é um dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, acordados pelas Nações Unidas. A ONG, por outro lado, teme que se a tendência continuar, o número de casamentos infantis pode crescer dos atuais 700 milhões no mundo para 950 milhões até 2030 e 1,2 bilhão em 2050.

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