Cientistas
anunciaram nesta quarta-feira, 1º, a descoberta de microrganismo fósseis que teriam entre 3,77 e
4,28 bilhões de anos, eles seriam os mais antigos do mundo. O estudo foi
publicado na revista científica Nature.
Os
fósseis foram encontrados em camadas de quartzo no chamado Cinturão
Supracrustal de Nuvvuagittuq (NSB, na sigla em inglês), no Quebec, no Canadá. O
local possui algumas das rochas sedimentares mais antigas do planeta.
Caso
a idade dos minúsculos filamentos, pedaços e tubos encontrados estejam
realmente corretos, os fósseis podem ajudar a desvendar a origem da vida na
Terra, que teve início “pouco tempo” depois da formação do planeta, há 4,54
bilhões de anos. Até então, a evidência mais antiga de vida na Terra encontrada
foram microfósseis encontrados na Austrália, com cerca de 3,4 bilhões de anos.
Os
fósseis encontrados no Canadá têm um décimo da largura de um fio de cabelo
humano e contêm quantidades significativas de hematita (um tipo de óxido de
ferro). “Graças a imagens a laser das amostras coletadas, nós identificamos
microorganismos fósseis, que são os mais antigos conhecidos no mundo”, disse o
cientista Matthew Dodd, da Universidade College London (UCL), no Reino Unido.
Para
os autores do estudo, a descoberta pode indicar novos caminhos para investigar
se existiu vida em outras partes do sistema solar, como em Marte. “Esses
organismos vêm de um tempo quando acreditamos que Marte tinha água em estado
líquido em sua superfície e uma atmosfera similar à da Terra naquele tempo”,
explica Todd.
Apesar
da descoberta, alguns pesquisadores questionam o estudo. Para eles, é difícil
provar que essas estruturas não tenham sido produzidas por processos não
biológicos e a análise do material é complicada porque as rochas geralmente
sofrem alterações.
Em
entrevista à BBC, a pesquisadora Nicola McLoughlin, da Universidade de Rhodes,
na África do Sul, considera que o estudo foi minucioso, mas não o suficiente
para comprovar que os fósseis foram formados biologicamente. “A morfologia
desses supostos filamentos de ferro oxidado do norte do Canadá não é
convincente”, afirma a cientista.
Já
a pesquisadora Tanja Bosak, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT),
nos Estados Unidos, aponta que está faltando uma evidência chave para a
descoberta. Segundo ela, os autores não incluem no estudo uma imagem ampla do
local onde encontraram os fósseis, ou uma explicação do cenário geológico.
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