O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), pode se tornar réu no
Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira, 1, quando o tribunal julgará
se acata a denúncia contra ele pelos crimes de peculato, falsidade ideológica e
uso de documentos falsos.
O inquérito tramita no STF desde 2007 e é referente à acusação de que
Renan recebeu propina da empreiteira Mendes Junior para apresentar emendas
favoráveis à empresa. Em troca, a Mendes Junior bancou as despesas da
jornalista Monica Veloso, com quem Renan mantinha um relacionamento
extraconjugal.
Na época, em depoimento ao Conselho de Ética do Senado, Renan negou ter
recebido propina e disse que a verba em sua conta era referente à venda de
gados em Alagoas. Ele chegou a apresentar recibos para o conselho que apontavam
um ganho de R$ 1,9 milhão. Porém, os documentos foram considerados falsos pela
Procuradoria-Geral da República. Diante disso, Renan recorreu à manobra de
renunciar à presidência do Senado para não perder o mandato. A investigação
ficou parada no STF.
Em 2013, Renan foi novamente eleito para presidir a Casa, iniciando seu
quarto mandato no cargo. Neste mesmo ano, o procurador-geral da República,
Roberto Gurgel, apresentou a denúncia contra Renan no STF referente ao caso
envolvendo a empreiteira Mendes Junior. A denúncia foi para as mãos de Ricardo
Lewandowski, que se tornou relator do caso. Em 2015, ela foi repassada para o
ministro Luiz Edson Fachin e permaneceu parada durante um ano por conta de
mudanças de advogados que representavam Renan.
Em outubro deste ano, Fachin liberou a denúncia contra Renan para o
julgamento em plenário e a presidente do STF, a ministra Cármen Lúcia, marcou o
julgamento para o dia 3 de novembro. A votação acabou adiada e deve ocorrer
nesta quinta-feira. Logo após saber que a ministra colocou a votação em pauta,
a assessoria de Renan divulgou uma nota à imprensa afirmando que o senador está
“tranquilo e confiante na Justiça brasileira” e que é o “maior interessado
nesse julgamento”.
Além da denúncia envolvendo a Mendes Junior, Renan responde a outros 11
inquéritos no STF. O mais recente foi aberto no dia 18 de novembro e é
referente à movimentação financeira de suspeita de R$ 5,7 milhões, valor
incompatível com a renda de Renan. Este inquérito é um desdobramento das
investigações do caso envolvendo a Mendes Junior. Renan também é alvo de oito
inquéritos referentes à Operação Lava Jato, um referente à Operação Zelotes e
outro envolvendo suspeita de desvio de verba nas obras da usina de Belo Monte.
Fonte-opiniao
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