A
vitória de Renan Calheiros (PMDB-AL) no embate com o Supremo Tribunal Federal
(STF) pela permanência na presidência do Senado teve um preço.
Segundo
interlocutores de Renan ouvidos pelo jornal Globo, a decisão do STF a favor de
Renan foi fruto de um acordo entre o tribunal e o Senado, onde ficou acertado a
desistência da votação da lei que pune magistrados e procuradores por abuso de
autoridade, e a aprovação de propostas prioritárias do governo como PEC 241/55,
conhecida como PEC dos Gastos, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e o
Orçamento da União de 2017.
Segundo
o líder do governo no Congresso, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), o calendário
para a aprovação das propostas ficou “mais apertado” por conta do embate, mas
será cumprido. A expectativa é que a PEC dos Gastos, seja votada em segundo
turno já no próximo dia 13.
Renan
traçou uma estratégia para barrar a lei de abuso de autoridade sem que seja
acusado de recuar. Ele colocará em pauta a votação de um requerimento
protocolado pelo líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado, que prevê a retirada
da proposta.
Alvo
de polêmica por ter dito em reunião fechada com parlamentares que, caso assumisse
de forma interina o Senado, barraria as propostas do governo, o vice-presidente
do Senado, Jorge Viana (PT-AC), expressou alívio com o fim do embate. “O Brasil
precisa que emprestemos o que temos de melhor, não o que temos de pior. Estou
muito melhor hoje que ontem porque, agora, há o respaldo do Supremo, uma
solução que cria uma harmonia entre os Poderes”.
Outro
que celebrou o fim do embate foi o líder do PT no Senado, Humberto Costa, que
disse ser hora da Casa retomar a normalidade. Já o senador Lindbergh Farias
(PT-RJ), chamou o fim da crise de “acordão” e “vergonha”.
O
senador Randolfe Rodrigues, líder da Rede no Senado, partido que protocolou no
STF o pedido para afastar Renan da presidência da Casa, disse que a decisão do
tribunal frustrou brasileiros que defendem valores republicanos.
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