A
crise de abastecimento na Venezuela, que tem provocado o êxodo de milhares de
venezuelanos para o Brasil já é tratada no estado de Roraima como uma crise
humanitária. De acordo com o jornal Estado de S. Paulo, cerca de 30 mil
venezuelanos já entraram na pequena cidade de Pacaraima, norte do estado e
fronteira com o país vizinho.
A
falta de produtos essenciais que vêm se agravando no governo do presidente
Nicolás Maduro levou muitos venezuelanos a pedir asilo no Brasil. Segundo
autoridades de Boa Vista, capital de Roraima, somente no primeiro semestre
deste ano já foram registrados mais de 900 pedidos de refúgio no estado,
enquanto no mesmo período do ano passado o número foi de 320. Os números não
consideram os que chegam sem fazer o pedido formal de refúgio ou permanência regular.
Além
disso, há filas que se formam de madrugada na superintendência da Policia
Federal no estado para regularização de documentos e entrevistas com
venezuelanos para a permanência no país já estão sendo marcadas para o início
de 2018.
No
entanto, a grande maioria dos que atravessam a fronteira pretendem comprar
insumos básicos para reabastecer suas famílias ao retornar à Venezuela. Com
isso, o fluxo em Pacaraima tem sido intenso e lojas na pequena cidade oferecem
fardos de arroz, açúcar, sabonetes, papel higiênico, entre outros, com preços
já marcados em bolívares (moeda oficial venezuelana).
Enquanto
isso, os cerca de 11 mil habitantes da cidade roraimense já encontram problemas
decorrentes do grande fluxo migratório, como a falta de cédulas de real na
cidade e a disparada dos preços dos produtos básicos.
De
acordo com o Estado de S. Paulo, o governo de Roraima reluta para decretar
oficialmente o estado de emergência, como foi feito no Acre ante a chegada de
7,7 mil haitianos. Isso porque ao decretar emergência, seriam criadas
estruturas para abrigar venezuelanos e o estado acredita que isso provocaria um
aumento no fluxo.
Os
setores públicos de Roraima tentam controlar a situação no estado, mas cobram
colaboração da Venezuela e do próprio Brasil. “O Estado de Roraima não quer
abrir mão de sua responsabilidade, mas é preciso coordenação entre Brasília e
Caracas para fazer o controle fronteiriço, o cadastro e organizar o abrigo para
essas pessoas”, afirma o coronel Edvaldo Amaral, comandante do Corpo de Bombeiros
e também da Defesa Civil.
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