A prolongada crise econômica está transformando o Brasil em um cemitério de fábricas. Segundo um levantamento da Junta Comercial do estado de São Paulo, mais de quatro mil fábricas atuantes no estado fecharam suas portas no ano passado, número 24% maior que o de 2014.
O
problema se repete em todo o país. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística, entre novembro e janeiro, a indústria brasileira perdeu 1,131
milhão de vagas, número recorde para o trimestre. No acumulado do ano passado,
as indústrias cortaram em 6,2% o número de pessoas contratadas no setor.
Entre
os motivos para os fechamentos e demissões em massa estão baixa demanda, altos
impostos e alto custo da energia, juros altos e falta de investimentos.
No
ano passado, a produção industrial brasileira acumulou queda de 8,7%, o maior
recuo desde novembro de 2009, segundo o IBGE. O declínio da atividade
industrial foi mais acentuado nas indústrias de alta intensidade tecnológica,
uma categoria que inclui a de produtos farmacêuticos, informática,
eletroeletrônicos, equipamentos de comunicação e de aparelhos médios e de
precisão. Nesses setores, a retração foi de 19,8%, uma alta nunca registrada
neste século. Não há expectativa de melhora neste ano.
O
desempenho industrial brasileiro no quarto trimestre de 2015 também ficou na
lanterna quando comprado às principais economias globais. A produção nacional
caiu 12,4% frente ao mesmo período do ano anterior. Já a produção mundial
registrou crescimento de 1,9%. A produção da Rússia, que também enfrenta uma
crise, teve queda de 5,7% no quarto trimestre. Na América Latina como um todo,
o recuo foi de 4%.
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