O experimento foi breve, não chegou
nem a dois minutos, mas os 102 segundos que durou foram suficientes para
transformar uma equipe de cientistas chineses nos autores do "Sol artificial"
mais longo que já existiu na Terra.
Apesar de o "astro" criado
ter sido efêmero, representou um grande avanço na longa corrida para tornar
realidade um dos maiores desafios científicos do século XXI: imitar as estrelas
e conseguir que a fusão nuclear seja uma fonte de energia viável.
O Instituto de Ciência Física da
cidade chinesa de Hefei, no leste do país, realizou no dia 28 de janeiro esse
experimento, embora a Academia de Ciências da China tenha demorado vários dias
para divulgar a façanha através de um comunicado.
Utilizando o reator de fusão
termonuclear EAST (sigla em inglês de Tokamak Supercondutor Experimental
Advanced), os pesquisadores elevaram a temperatura do hidrogênio para 50
milhões de graus Celsius, triplicando a do núcleo do Sol.
Após esse aumento térmico, o
hidrogênio passou de gás a plasma, o quarto estado da matéria (junto a sólido,
líquido e gasoso), no qual as partículas se movimentam a tal velocidade e se
chocam com tanta força que os elétrons se separam dos núcleos dos átomos
formando um conjunto ionizado.
A novidade do experimento chinês, no
entanto, não está nessa alta temperatura, mas no tempo que conseguiram
mantê-la, já que em dezembro uma equipe do Instituto Max Planck da Alemanha
conseguir atingir 80 milhões de graus em um teste similar.
Enquanto os cientistas alemães, e
antes deles outros europeus, japoneses e americanos, consideraram um sucesso
chegar ao pico térmico em uma fração de segundos, os chineses o fizeram durante
por um minuto e 42 segundos.
Fonte-globo
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