Com
uma forte frustração de receitas, o governo central fechou o mês passado com
déficit primário de R$ 8,205 bilhões. Esse resultado é o pior para meses de
junho da série histórica, iniciada em 1997. No acumulado do semestre, o saldo
ficou negativo em R$ 1,597 bilhão (0,06% do PIB). Essa foi a primeira vez, na
série histórica, que as contas registraram déficit primário no primeiro
semestre.
O
secretário do Tesouro Nacional, Marcelo Saintive, comentou que o pior resultado
para meses de junho da série histórica “não significa que o governo está
relaxando em termos fiscais”. Ele ressaltou que o fraco desempenho da economia
está afetando diretamente a arrecadação de impostos. Porém, a arrecadação, na
avaliação do secretário, vem num nível abaixo do que seria adequado. “Não
significa que há afrouxamento do ajuste fiscal. Há uma adequação do quadro
fiscal principalmente em relação à receita”, afirmou.
O
governo central considera as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e
Banco Central (BC). Segundo os números divulgados nesta quinta-feira pelo
Tesouro Nacional, o resultado do mês de junho é reflexo de déficits do Tesouro
Nacional de R$ 1,915 bilhão; da Previdência Social, de R$ 6,266 bilhões, e do
Banco Central (BC) de R$ 23,9 milhões.
O
resultado de junho só reforça o cenário de que a equipe econômica enfrentará
dificuldades para fazer o ajuste fiscal definido para este ano. Considerando o
IPCA de junho de 2015, o governo central registrou um déficit de R$ 38,6
bilhões (0,68% do PIB) em 12 meses.
Na
semana passada, a equipe econômica anunciou a redução da meta de superávit
primário do setor público consolidado de R$ 66,3 bilhões (1,13% do PIB) para R$
8,7 bilhões (0,15% do PIB). Considerando apenas o governo central, a economia
para pagamento de juros da dívida pública caiu de R$ 55,3 bilhões (0,99% do
PIB) para R$ 5,8 bilhões (0,10% do PIB). Já a meta dos governos estaduais
recuou de R$ 11 bilhões (0,20% do PIB) para R$ 2,9 bilhões (0,05% do PIB).
Previdência
O
resultado negativo da Previdência Social no acumulado do semestre totalizou R$
33,739 bilhões, o que representa um aumento 45,7% ante mesmo período de 2014. A
equipe econômica estima que o país deve fechar o ano com um rombo na
Previdência de R$ 88,9 bilhões, mesmo com medida aprovada recentemente para
estabelecer regras mais rígidas para o acesso à pensão por morte.
Seguro-desemprego
e abono
Os
gastos com abono salarial e seguro-desemprego subiram 14,3% no semestre,
somando R$ 21,503 bilhões. Esse resultado embute uma queda de 49,2% nos
dispêndios do abono salarial e um aumento de 19,1% dos pagamentos do
seguro-desemprego.
Somente
em junho, a despesa foi de 3,585 bilhões, uma queda de 1,5% na comparação com o
mesmo mês de 2014.
Mesmo
com as medidas aprovadas para restringir o acesso ao seguro-desemprego e abono
salarial, a previsão da equipe econômica é que essa despesa some no fim deste
ano R$ 45,811 bilhões. Em 2014, esses dispêndios somaram R$ 54,381 bilhões.
Fonte-valoreconomico
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