A
pergunta acima pode parecer estranha: afinal, um átomo não é a menor partícula
de um determinado elemento?
Talvez
seja, mas o fato é que, com o advento da nanotecnologia, ficou claro que os
elementos comportam-se de forma muito diferente quando suas dimensões são
reduzidas a ponto de serem formados por um número "contável" de
átomos.
No
caso do ouro, cientistas da Universidade de Jyvaskyla, na Finlândia, viram que
o comportamento do metal em quantidades atômicas é tão estranho que eles
decidiram ir avaliando as propriedades do elemento adicionando átomo por átomo,
até descobrir quando emergem as bem conhecidas características do ouro em
escala macroscópica.
Satu
Mustalahti e seus colegas demonstraram que o "padrão ouro metálico"
só emerge quando são agregados pelo menos 144 átomos de ouro - em princípio, a
análise do aglomerado de 144 átomos revela os mesmos comportamentos do ouro em
bruto, com "zilhões" de átomos.
Para
tirar a prova, a equipe comparou aglomerados com 144 átomos de ouro, com
outros, com apenas 102 átomos. O experimento foi feito disparando um laser em
uma solução contendo os aglomerados de ouro e medindo como a energia se dissipa
de cada um deles para o solvente ao redor.
Os
resultados mostraram que o aglomerado de 102 átomos não se comporta como um
metal, mas como uma molécula gigante.
"As
moléculas comportam-se de forma drasticamente diferente dos metais,"
explica o professor Mika Pettersson, orientador da equipe. "A energia
adicional da luz, absorvida pelo aglomerado tipo metálico [144 átomos],
transfere-se para o ambiente de forma extremamente rápida, em cerca de 1
bilionésimo de segundo, enquanto o aglomerado tipo molécula [102 átomos] é
excitado para um estado mais elevado de energia e dissipa a energia para o
ambiente pelo menos 100 vezes mais lentamente."
Além
disso, o aglomerado menor apresenta até mesmo um estado magnético transiente,
típico das moléculas, enquanto o aglomerado maior já é definitivamente um
metal.
Embora
os pesquisadores já soubessem que as nanopartículas têm suas próprias
idiossincrasias, estes experimentos começam a mostrar fronteiras importantes
para várias áreas de pesquisa.
Por
exemplo, até que ponto um material considerado inerte e biocompatível em escala
macroscópica pode ser considerado seguro quando pulverizado em nanopartículas?
Fonte-TI
Fonte-TI
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