Ao
longo dos últimos anos uma das principais questões na ciência climática é por
que desde o início do século as temperaturas de superfície médias da Terra não
aumentaram, embora a concentração na atmosfera de captura de dióxido de carbono
tenha começado a subir.
Essa
“pausa” no aquecimento global foi apropriada por aqueles que são céticos em
relação ao fato de que a humanidade tem que agir para reduzir a emissão de
gases causadores do efeito estufa ou até mesmo por aqueles que consideram que o
aquecimento global causado pelo homem é em si uma fantasia.
As
pessoas que entendem a lei da conservação de energia, no entanto, encaram com
ceticismo essas posições e duvidam que a pausa seja uma boa notícia. Eles
prefeririam entender onde a energia que está faltando foi parar, e o porquê e, portanto pode-se esperar que a pausa
continue.
A
explicação mais provável é que o calor está escondido nos oceanos, os quais
armazenam nove vezes mais o calor do sol que a atmosfera e a superfície terrestres
juntas. Mas até essa semana as descrições de como o mar pode fazer isso se
baseavam em grande parte em modelos computacionais. Agora, graças a um estudo
publicado no periódico Science por Chen Xianyao da Universidade do Oceano na
China, Qingdao, e Ka-Kit Tung da Universidade de Washington, Seattle, há dados
para comprovar a hipótese.
O
Dr. Chen e o Dr. Tung mostraram exatamente onde o calor que desapareceu está se
escondendo. Os dois pesquisadores tiraram essa conclusão a partir de
observações coletadas por 3 mil flutuadores instalados pelo Argo, um projeto de
colaboração científica internacional. Os equipamentos mediram a temperatura e a
salinidade dos primeiros 2.000 metros de profundidade dos oceanos do mundo.
Isso
coloca uma implicação intrigante. Porque o Pacífico costumava ser considerado o
principal armazém de calor do mundo, as flutuações de temperatura que o afetam
são consideradas uma das influências mais importantes sobre o clima.
Durante
um El Niño, por exemplo, água quente do oeste do Pacífico se move para o leste
sobre o assoalho marinho mais frio da região, esquentando a atmosfera. Kevin
Trenberth do National Center for Atmospheric Research, dos EUA, sugeriu que um
El Niño forte poderia produzir um salto nas temperaturas do ar de superfície e
dar início ao fim da pausa. Há alguns meses um El Niño mais forte foi previsto,
embora as chances de isso acontecer parecem ter diminuído recentemente.
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