segunda-feira, 1 de setembro de 2014

OCEANOS E O CLIMA

Ao longo dos últimos anos uma das principais questões na ciência climática é por que desde o início do século as temperaturas de superfície médias da Terra não aumentaram, embora a concentração na atmosfera de captura de dióxido de carbono tenha começado a subir.
Essa “pausa” no aquecimento global foi apropriada por aqueles que são céticos em relação ao fato de que a humanidade tem que agir para reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa ou até mesmo por aqueles que consideram que o aquecimento global causado pelo homem é em si uma fantasia.
As pessoas que entendem a lei da conservação de energia, no entanto, encaram com ceticismo essas posições e duvidam que a pausa seja uma boa notícia. Eles prefeririam entender onde a energia que está faltando foi parar, e o porquê  e, portanto pode-se esperar que a pausa continue.
A explicação mais provável é que o calor está escondido nos oceanos, os quais armazenam nove vezes mais o calor do sol que a atmosfera e a superfície terrestres juntas. Mas até essa semana as descrições de como o mar pode fazer isso se baseavam em grande parte em modelos computacionais. Agora, graças a um estudo publicado no periódico Science por Chen Xianyao da Universidade do Oceano na China, Qingdao, e Ka-Kit Tung da Universidade de Washington, Seattle, há dados para comprovar a hipótese.
O Dr. Chen e o Dr. Tung mostraram exatamente onde o calor que desapareceu está se escondendo. Os dois pesquisadores tiraram essa conclusão a partir de observações coletadas por 3 mil flutuadores instalados pelo Argo, um projeto de colaboração científica internacional. Os equipamentos mediram a temperatura e a salinidade dos primeiros 2.000 metros de profundidade dos oceanos do mundo.
Isso coloca uma implicação intrigante. Porque o Pacífico costumava ser considerado o principal armazém de calor do mundo, as flutuações de temperatura que o afetam são consideradas uma das influências mais importantes sobre o clima.
Durante um El Niño, por exemplo, água quente do oeste do Pacífico se move para o leste sobre o assoalho marinho mais frio da região, esquentando a atmosfera. Kevin Trenberth do National Center for Atmospheric Research, dos EUA, sugeriu que um El Niño forte poderia produzir um salto nas temperaturas do ar de superfície e dar início ao fim da pausa. Há alguns meses um El Niño mais forte foi previsto, embora as chances de isso acontecer parecem ter diminuído recentemente.

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