De antigas
pinturas rupestres na França ao último quadro de Van Gogh, os membros da
família dos corvos, ou corvídeos, inspiraram a mitologia e a literatura devido
à ideia de que a sua inteligência é superior à de outros animais. Embora grande
parte das pesquisas existentes tenham se concentrado em provar que esses
Einsteins aviários usam métodos criativos para realizar tarefas complexas,
sabe-se surpreendentemente pouco sobre os limites dos seus pequeninos cérebros.
Mas em um novo estudo, publicado recentemente no periódico on-line PLOS ONE,
Sarah Jelbert e seus colegas da Universidade de Auckland conduziram uma série
de experimentos com corvos-da-nova-caledônia para explorar justamente isso.
Ao recriar a
cena da fábula de Esopo “O corvo e o jarro”, os pesquisadores revelaram que os
corvídeos não são apenas capazes de compreender que objetos sólidos deslocam
volumes de água, mas, ainda mais importante, parecem ser capazes de entender a
relação causal entre as propriedades de tais objetos e os efeitos causados por
eles.
Antes dos
testes serem iniciados, os pesquisadores ensinaram os pássaros a pegar pedras
com seus bicos. Em seguida foram apresentados aos corvos dois tubos, um meio
cheio com água, e outro com a mesma quantidade de areia. Ambos continham um
cubo de carne que estava fora de alcance. Os pesquisadores perceberam que os
corvos depositavam uma porcentagem maior de pedras no tubo que continham água
até que a recompensa flutuante estivesse ao alcance de seus bicos. O tubo cheio
de areai foi ignorado na maioria dos casos.
Variações
desse experimento revelaram que os corvos consistentemente se voltavam para o
tubo com um nível de água mais alto que outro menos cheio. Eles também escolhiam
objetos que afundam como borrachas, ao invés de objetos flutuantes feitos com
isopor como um expediente para aumentar o nível da água. Objetos ocos também
foram deixados de lado quando uma alternativa sólida mais proveitosa de mesmo
peso, cor e tamanho eram oferecidas.
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