Em 24 de junho a NASA, a agência
espacial americana, anunciou que havia descoberto o 10.000º “Objeto Perto da
Terra” (NEO, na sigla em inglês), o nome deveras técnico dado a asteróides e
cometas que orbitam o Sol nas proximidades da Terra e podem vir, portanto, a se
chocar contra o planeta em algum momento. Dez mil objetos potencialmente
perigosos soam como uma quantidade grande, mas a NASA acredita que é possível
que haja dez vezes esse número ainda esperando para serem descobertos.
Uma semana antes, em 18 de junho, a
agência lançou um “Grande Desafio” destinado a angariar e coordenar ajuda do
setor, da academia e de quem quer que esteja interessado em um projeto que visa
detectar qualquer asteróide que possa ameaçar a Terra. A agência também tem
planos de ressuscitar um mofado telescópio espacial chamado de Wide-field
Infrared Survey Explorer para auxiliar na caçada. E Lori Garver, o responsável
pela administração da agência, pediu que o orçamento de um programa para
encontrar 90% dos NEOs com um diâmetro superior a 140 metros (cujo impacto
poderia devastar um país pequeno) seja dobrado. Até agora a NASA acredita ter
encontrado um quarto desses objetos, mas finalizar a missão com o atual ritmo
de descobertas levará décadas.
A razão para toda essa atividade são
os eventos ocorridos em 15 de fevereiro, quando um asteróide de meros 15-20
metros de extensão explodiu com a força de uma bomba atômica de médio porte
sobre Chelyabinsk, na Rússia, e outro, muito maior, passou de raspão pela Terra
algumas horas depois. O que até então era tido como algo pertencente a livros
de ficção científica subitamente se tornou um perigo claro e iminente – mas um
que, diferentemente de terremotos, erupções vulcânicas, ondas gigantes e
furacões, podem ser evitados pela ação humana.?
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