Orçada em R$
8,2 bilhões, a obra de transposição do Rio São Francisco está se transformando
em um elefante branco.
Enquanto o
Nordeste enfrenta sua pior seca dos últimos 40 anos, as estruturas montadas
para receber as águas desviadas se deterioram sem nunca ter desempenhado o
papel a que foram destinadas.
A obra foi
idealizada em 2007 e estava prevista para ser entregue em 2010. Porém, com
apenas 43% do empreendimento concluído, a data para o início do funcionamento
foi revisada para 2015.
Inicialmente,
a empreitada contava com mais de 9 mil operários. Agora, uma recente reportagem
do jornal O Globo percorreu três canteiros da obra, encontrando somente três trabalhadores.
Os estados que
deveriam ser beneficiados com a transposição estão sendo prejudicados pelo
atraso. Obras concluídas com a ajuda da União para captar as águas do Rio São
Francisco estão sem uso e corre o risco de entrar em colapso.
O secretário
de Recursos Hídricos de Pernambuco, José Almir Cirilo, culpa a desistência das
empreiteiras pelo atraso das obras. “O maior problema da transposição é no
coração do sistema. A desistência de empreiteiras atingiu duas estações
elevatórias”, disse Cirilo.
Contudo, um
secretário do governo que não quis se identificar disse que a obra está sendo
executada de forma precária. “Os canais da transposição não possuem emendas e
ninguém pode usá-los. A obra se transformou em uma bagaceira, e, do jeito que
vem sendo executada, não serve para nada”, disse o secretário.
Enquanto isso,
mais de 1.400 municípios do Nordeste estão sendo afetados pela seca. Muitos já
decretaram estado de emergência.
Fonte - opinião
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